Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
O brasileiro não perde o hábito de falar sobre assunto técnico ou científico sem passar por uma faculdade apropriada ou pela prática. O ‘acho’ é a maior especialidade dos brasileiros. Não compreendo a necessidade de o brasileiro em geral procurar dar provas de ignorância. Dizer: "Eu não concordo com a lógica de aumentar imposto sempre, o Brasil já tem uma carga muito grande, taxas de juros altíssimas, não dá para cada vez mais pensar em aumentar impostos, aumentar impostos, aumentar impostos, a sociedade não aguenta mais essa carga" reflete o altíssimo grau de ignorância sobre o que está falando, expondo a carência do Brasil em ter autoridades para contribuir com a administração pública. Esperar de um parlamentar conhecimento científicos pode ser um exagero, mas que ele tenha um mínimo de discrição para não comprometer a imagem do parlamento brasileiro não é querer demais. Não se pode almejar que um político tenha conhecimento sobre a importância crescente do aumento da tributação para que a economia possa crescer conforme o seu potencial e o Brasil se desenvolver. Não é para envergonhar o político, mas se ele tivesse ciência das técnicas não passaria recibo de estupidez. Consultando técnicos qualificados e habilitados saberia que existe estudos para definir se a tributação já chegou ao seu limite, sem o “acho” ou palavras ao vento. Bastaria conhecer a Curva de Lafer, pois assim saberia que a Curva de Lafer determina a taxa de impostos que maximizaria a receita, de modo a chamar a atenção dos formuladores de política econômica para os efeitos DINÂMICOS de uma política tributária. Esta técnica desenvolvida pelo economista monetarista norte-americano Arthur Lafer, apregoa a relação peculiar entre a arrecadação tributária e a taxa de impostos na economia. Quando esta última é baixa, a relação é diretamente proporcional, mas DEPOIS DE ULTRAPASSAR um ponto de maximização da arrecadação, a relação passa a ser inversamente proporcional. Assim, a partir de determinado nível de tributação, qualquer elevação da taxa, em lugar de provocar aumento da arrecadação, resultaria numa redução. Ao contrário, uma redução da taxa de impostos proporcionaria um aumento da arrecadação. O político com este conhecimento poderia entender que a tributação no Brasil ainda pode e deve aumentar para que a economia possa crescer e assim as empresas e as famílias se beneficiarem do crescimento econômico. A falta de saber não pode continuar traçando os caminhos do Brasil, porque desta forma nunca seremos uma economia desenvolvida plenamente. Se os empresários são analfabetos funcionais e os parlamentares ignoram as suas atribuições e as ciências não têm futuro. Para não prejudicar tanto o Brasil como no passado poderiam ao menos se interessar pela prática exemplar dos países desenvolvidos ao usar a teoria Keynesiana, que tirou a economia mundial de uma severa depressão em 1929. Segundo Keynes, cabe ao Estado o papel de restabelecer o equilíbrio econômico por meio de uma política fiscal, creditícia e de gastos, realizando investimentos ou inversões reais que atuem nos períodos de recessão ou depressão, como estímulo à economia. Esse tipo de proposta orçamentária ficou conhecido como orçamento cíclico e decorreu da verificação feita por Keynes de que o EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO não constitui um benefício para a economia; ao contrário, atua de forma prejudicial, já que contribui para agravar a crise, seja ele de expansão ou de depressão. Por esta razão, aumentar a arrecadação é preciso. Para que o governo possa adotar políticas fiscais para o crescimento econômico é fundamental que aumente a tributação até o limite possível e não o limite do ‘acho’ ou da “esperteza” empresarial que trabalha para não permitir o aumento da arrecadação, prejudicando a todos, inclusive as próprias empresas porque a economia não cresce sem as políticas públicas de incentivo ao crescimento. A ideia de crescimento econômico através de incentivo privado não passa de fantasia. “O inferno está cheio de boas intenções” – S. Johnson.
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