quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Águas revoltas e divididas, por Luciano Siqueira - Blog de Jamildo

Águas revoltas e divididas, por Luciano Siqueira - Blog de Jamildo

Um comentário:

  1. Engana-se quem pensa que esta crise é decorrente de dificuldades econômicas. Esta crise é de desconhecimento e personalismo como sempre foi todas as que lhe antecederam. Antes os ignorantes eram os coronéis do campo, agora são os coronéis do asfalto e da indústria. Em casos de ignorância só resta o poder da força para reestruturar o que foi bagunçado. O mais importante agora é que sendo imprescindível o uso do poder da força, que este não sirva para sustentar o império da ignorância e do egocentrismo, como ocorria quando se fazia necessário um regime de força para reorganizar o governo. Seja o Poder da força do Estado ou o Poder oriundo dos acordos internacionais e da necessidade de sobrevivência, que imponha o socorro do FMI, a sociedade brasileira precisa se livrar desta elite ignorante e prepotente que mantém o país imobilizado e incapaz de se desenvolver. Para usar o jargão da moda, repito o pensamento: ‘Apesar da crise’ ser atribuída a presidente Dilma, ela foi sacrificada por uma elite prepotente e ignorante que impôs pelo poder político e econômico a adoção de medidas anticíclicas que ultrapassaram as possibilidades de sustentação do Estado Brasileiro, sob a alegação de que o Estado gastava muito, pedindo redução dos impostos e fazendo uma propaganda contra a tributação que dava equilíbrio a economia, com impostômetro espalhado por todo o Brasil. Esta não é uma justificativa, tanto que quando se faz necessária a ajuda do FMI a primeira ação do governo é aumentar os impostos e reduzir ou congelar salários por determinação do FMI. Agora eles se fazem de vítima e de salvadores da pátria, quando são os reais culpados por estas dificuldades fiscais do governo brasileiro. Quem são estes analfabetos e ignorantes para opinar sobre gestão pública? Qual deles tem formação técnica ou científica para isto? Quantos têm experiência na gestão pública? Todos os empresários se fazem de coitadinhos e sábios, principalmente os da FIRJAN e a FIESP, que agora dão apoio para a manutenção do governo Dilma, como um ato de generosidade, quando na verdade foi um mea-culpa pequeno sobre as dificuldades econômicas do Brasil. Há sindicatos que também reivindicam ou criticam sem avaliar as condições do governo e do Estado, mas pelo menos não são prepotentes por razões óbvias e alguns permitem uma negociação realista, como no caso das mudanças das regras para concessão de abono salarial, seguro-desemprego, pensão por morte e auxílio-doença. Por outo lado, o projeto sobre a desoneração da folha de pagamento não tem a sua votação concluída para não desagradar aos césares do empresariado brasileiro. Esta estupidez é a verdadeira crise brasileira. É a incapacidade de compreensão do analfabetismo funcional (onde se encontra muitos dos empreendedores e seus bajuladores) sobre o que é e como se faz política econômica. Os incompetentes charlatões que se passam por economistas, mas não tem registro nos conselhos de economia, ficam fazendo coro para as reivindicações de seus donos sem avaliar a necessidade do governo e da economia brasileira. Eles, em sua grande maioria, recusam o que afirmou o economista Ubirajara Dib Zogaib, em seu discurso de posse como presidente do CORECON-SP em 16/11/1953: “De agora em diante, ninguém poderá intitular-se economista sem que esteja devidamente registrado e, portanto, sujeito às penalidades previstas na lei, por dolo, má-fé, fraude ou incompetência profissional. De agora em diante, estará a classe preparada para a sua grande missão, humana e generosa, de lutar com afinco e com eficiência pela elevação do padrão de vida dos brasileiros. Estarão unidos os economistas numa luta nova, de libertação do povo da miséria, caminhando da atual predominante economia de escassez para uma aspirada e possível economia de abundância, em que os homens, despreocupados das necessidades materiais, poderão alçar-se às elevadas cogitações espirituais”.

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