Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Gostaria de ter as referências dessas barbaridades sobre fatos econômicos que surgem na imprensa brasileira. Sei, por experiência, que textos políticos e econômicos são frequentemente, em sua grande maioria, entregues à mídia já redigida pela fonte que tem interesse econômico ou político na publicação. Porém, seria mais elucidativo se junto viesse descrita a origem do texto. A importância de se saber a fonte do texto decorre da análise que se faz quando se conhece a formação ideológica do autor. Mas, na falta desta informação só resta fazer a análise considerando que o autor é o próprio jornalista. Isto, no entanto, conduz ao pensamento de que o autor é ignorante no que diz respeito a economia, porém se o verdadeiro autor for alguém com qualificação em Ciências Econômicas, demonstraria a má-fé e o interesse na manipulação do que é publicado como notícia ou matéria jornalística. Enfim só nos resta tomar a fonte como ignorante quando diz: “Para o Brasil cambio realista é sempre melhor. O real nunca valeu muito menos de três dólares, mas por razões políticas era mantido supervalorizado”. Não faz sentido porque as medidas adotadas foram todas de princípios econômicos. Para quem ignora as técnicas e princípios econômicos pode pensar que se trata de decisão político. Este pensamento sem pé, sem cabeça decorre da estupidez de pessoas sem conhecimento na profissional de economia. Vejamos o que orienta as Ciências Econômicas e a técnica: “O câmbio não possui apenas o valor teórico de determinar preços comparativos entre moedas, mas a função básica de exprimir a relação efetiva de troca entre diferentes países — a troca de moedas é consequência das transações comerciais entre países. A Política Cambial é um Instrumento da política de relações comerciais e financeiras entre um país e o conjunto dos demais países. Por exemplo: em dado momento, pode ser importante a um país adquirir certos produtos no exterior, necessários ao desenvolvimento de seu setor industrial; para tanto, as autoridades monetárias podem manter o câmbio artificialmente valorizado, barateando o custo, em moeda nacional, desses produtos; em contrapartida, ocorreria o encarecimento dos produtos nacionais para os importadores de outros países. Busca evitar a evasão de divisas e contribuir para o equilíbrio do balanço de pagamentos, como a fixação de taxas múltiplas de câmbio (câmbio turismo, câmbio comercial, câmbio financeiro etc.). Outras medidas de política cambial são comumente utilizadas, às vezes acopladas a mecanismos de política econômica que possibilitem compensar os efeitos indesejáveis à economia do país. As autoridades governamentais podem também tomar decisões em outras áreas da economia com o objetivo de obter determinados efeitos no setor externo, sem que haja necessidade de alterar a taxa cambial. No Brasil, por exemplo, são concedidos créditos como prêmio para incentivar as exportações e também são realizadas antecipações dos valores correspondentes aos contratos de câmbio (de exportações), denominadas Antecipações de Contratos de Câmbio (ACCs), que permitem ao exportador, recursos para financiar seu capital de giro ou então realizar aplicações financeiras, obtendo ganhos não operacionais que em certos momentos podem compensar eventuais defasagens cambiais” – P. Sandroni. Estas foram medidas utilizadas pela equpe econômica para induzir o desenvolvimento econômico do Brasil. Claro que se o objetivo fosse exportar apenas recursos naturais em vez de importar máquinas, bens e serviços para o desenvolvimento a politica consistiria em lançar mão de medidas, que favorecessem estes setores da economia, mantendo a moeda nacional artificialmente desvalorizada para estimular as exportações. Ainda há de considerar a responsabilidade do Banco Central sobre o controle do fluxo de capitais estrangeiros no país para evitar inflação e garantir o poder de compra da moeda nacional. A ignorância atravanca o Brasil!
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