Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Este artigo é mais uma prova de que o grande e maior problema do Brasil é o analfabetismo funcional, especialmente, o que é explicitado na mídia brasileira. Supor que um orçamento deficitário é uma estratégia é uma exposição gratuita de analfabetismo, é a confissão de que é incapaz de realizar as quatro operações matemática. Ninguém precisa saber além das quatro operações matemática, como: somar, diminuir, multiplicar e dividir, para entender um orçamento que apresenta duas colunas, uma de receita e outra de despesa. Basta somar o que se fixa para os gastos e o que se estima ou espera ter de receita. Qualquer semianalfabeto é capaz de identificar se há ou não necessidades e aspirações erradas. Caso haja erro se identifica uma estratégia de enganar para obter algo. Não havendo, o que é natural, porque as necessidades de qualquer sociedade sempre são maiores do que a sua capacidade de financiar as indigências não há estratégia. Fazer sensacionalismo por ignorância é tumultuar um ambiente que exige seriedade e respeito para com as necessidades e aspirações da sociedade e do seu governo. É fazer terrorismo por brincadeira, com fatos relevantes para a vida em sociedade. O executivo não pode tentar dividir com o Congresso o abacaxi de fechar as contas públicas porque simplesmente o executivo não tem o direito legal de legislar e, sendo assim, é do Congresso a responsabilidade de fechar e votar a lei orçamentária. Quando o governo tenta impor um orçamento ao Congresso fatalmente é derrotado, portanto a ele a Constituição delimita o poder de indicar as necessidades de recursos para atender as demandas da sociedade e ao Congresso o dever de legislar sobre a lei orçamentária. Mais uma estupidez por causa do analfabetismo funcional que ao prevalecer por muitos anos induziu os analfabetos a acreditarem que esta era uma tarefa do executivo. Quanta asneira em apenas um pequeno cérebro. Porém, superdimensionada pelo poder da mídia de comunicação de massa. Nenhum governo tem o poder de negociar com a sociedade porque este não é o seu papel constitucional. Isto só ocorre em governos ditatoriais. Nas democracias o executivo faz a mediação entre os agentes econômicos e entre os grupos sociais através do seu partido, mas o partido do governo e os seus aliados nem sempre possuem os mesmos objetivos e interesses, logo tudo que é possível é a mediação por meio de explicações e esclarecimentos, que podem ou não satisfazer os interesses em conflito. O governo não tem poder de eliminar ou coibir conflitos de interesse na sociedade, portanto só o voto pode resolver pacificamente os conflitos de interesses. Os analfabetos funcionais agravam os problemas porque não leem e confunde ainda mais a sociedade em conflito, que é natural porque os interesses são distintos. Mas, precisam ser equacionados pelo voto ou será pela guerra. A perversidade do analfabeto funcional é mais grave porque pressupõe uma certeza que não existe. O governo não pode querer deixar claro o que já está claro. Com o diz La Bruyère: “Os tolos leem um livro e não o entendem; os espíritos medíocres pensam entendê-lo perfeitamente; os grandes espíritos às vezes não o entendem de todo; acham o que é obscuro, obscuro, como acham claro o que está claro. Os espíritos “brilhantes” querem achar obscuro o que não o é e não entender o que é muito inteligível”. Donde podemos concluir que o analfabeto funcional ler uma proposta de lei Orçamentária e não entende; acham o que é obscuro, obscuro, como acham claro o que está claro. Ou seja, que o governo não terá recursos para fazer superávit primário no ano que vem. Seria ridículo se não fosse trágico, tamanho analfabetismo funcional. O Congresso em qualquer democracia é quem tem o dever e o direito de legislar, portanto cabe a ele e somente a ele cortar despesas para equilibrar o orçamento ou aumentar impostos, ou ainda, fazer as duas coisas. E ao executivo aplicar a lei que sair do Congresso. É a Constituição.
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