segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O problema não é Cunha na Câmara; o problema é Dilma não ter base | GGN

O problema não é Cunha na Câmara; o problema é Dilma não ter base | GGN

Um comentário:

  1. Não consigo entender a lógica deste artigo. Parecem-me ideias e conjecturas de quem desconhece a política brasileira. E não me parece que o Nassif seja um neófito em política e nos meandros da política brasileira. Para qualquer cidadão com um mínimo de experiência em negociações políticas sabe que o governo está onde sempre esteve e com uma coragem e esperteza de dar inveja a muitos mestres da política no Brasil. Não conheço na história do Brasil um só governo de reestruturação que tenha se sustentado por tanto tempo, pois conseguiu uma reeleição, e feito tanto avanços quanto este da Dilma. É verdade que o povo tem colaborado sem se abater ou deixar-se enganar, mas mesmo assim é uma proeza porque consolidou uma posição democrática intransponível. Do município a União até hoje não havia se sustentado qualquer governo que contrariasse os interesses corporativos do Parlamento brasileiro. E isto não ocorria por conta da corrupção, era estrutural. O processo corporativo se estruturou por força dos partidos senhoriais e da lei eleitoral. Os partidos no Brasil costumavam ter um dono ao estilo Roberto Jefferson ou Ulysses Guimarães. Eles falavam e todos obedeciam. Esta estrutura foi consolidada a partir do prestígio das personalidades junto aos financiadores dos partidos e das campanhas eleitorais. Esta realidade está quase extinta no Brasil. Por esta razão, parece haver um total descompasso do governo com a sua base, que está muito pulverizada. É uma crise, é! Mas não existe renascimento sem morte ou recomeço sem fim. Esta aparente desordem política requer o fortalecimento dos partidos, em razão da falta do personalismo partidário. Os donos dos partidos já não existem, agora é preciso reestruturar a política no Brasil. Isto ocorrerá de forma ordenada ou pelo caos, mas terá de ser feita. É fácil perceber o fim de uma era ao constatar que o Michel Temer deixou o dia a dia da articulação política do Planalto porque se aborreceu com a falta de cumprimento de acordos, isto é, o Toma Lá Dá Cá. Este processo não é negociação política, é negociação comercial, cuja origem está na forma de financiamento das campanhas políticas, que desagua, cedo ou tarde, na corrupção ou na prática do tráfico de influência. Esta era a regra do jogo, que o governo Dilma não aceita de bom grado. Daí para a crise política é um pulo. Quando o governo cede dando cargos e liberando emenda parlamentares a base fica unida, caso contrário a base não funciona. Esta visão de política conduzida pelo empresariado brasileiro conduz a formação de centrões e de bancadas do boi, da bala e da Bíblia. Isto não é política, é arranjo de negócios comerciais ou a famosa negociata. Para manter esta estrutura não precisava mudar de governo. É claro que uma tradição como esta que tem séculos de existência não pode ser modificada com um único golpe. Mas, precisa caminhar sem retrocesso. Aos poucos o sistema político vai mudando. Se os cidadãos de bem e os novos governantes não tiverem condições de seguir com este avanço não faz sentido lutar pelo Poder Político. Sabe-se que a corrupção, os desmandos políticos e judiciários não serão vencidos, mas ninguém deseja mudar a natureza humana, o que se deseja é um mínimo de regras para o convívio e o bem-estar de todos. Não é muito. Porém, para quem partiu do zero conseguiu-se um avanço extraordinário. Pode parecer uma inocência, mas não é porque estes males estão impregnados nos cidadãos comuns. Não é só nos políticos que se verificam estes costumes que são desprezados por todos no discurso, mas praticado na surdina pela maioria dos cidadãos brasileiros, como registra Ricardo Di Giorgio - Corrupção em suas origens. https://t.co/4H7UYSV2L0. Até mesmo Deus precisou de sete dias para criar a terra. O importante é que se está indo no rumo certo. Como disse Gian Danton: “O melhor piloto é aquele capaz de perceber rapidamente as alterações na rota e de responder a elas, corrigindo o curso. Necessariamente não é o piloto que traça o percurso do navio, mas ele é o responsável por fazê-lo chegar ao seu destino”.

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