Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Esta é uma situação previsível diante das incertezas sobre o sistema financeiro mundial e, especialmente, o sistema financeiro europeu. Porém, o governo chinês tomou a medida apropriada para controlar o pânico dos aplicadores e investidores chineses, que poderia importar a crise financeira mundial para a economia real da China. O pânico dos investidores é irreal porque o ajuste dos valores das ações chinesas não afetará a economia real e, portanto, não modifica verdadeiramente o valor real das propriedades e direitos deles. O que altera é o valor nominal, ou seja, o valor aparente. Mas, neste caso, o psicológico e a falta de conhecimento sobre o todo permite que o pânico se instale. O pânico dos aplicadores tem a sua razão de ser porque eles sabem ou têm a legítima sensação de que podem ter perdas neste ajuste financeiro chinês e, principalmente, quando ocorrer o ajuste do sistema financeiro internacional porque eles detêm uma parcela significativa de valores das ações virtuais, sem garantias reais, que fazem parte dos US$ 60 trilhões manipulados pelos bancos paralelos ou (bancos-sombra), que terão de ser enxugados do sistema, pois chega a quase 83% dos valores reais em circulação no mundo. O total de Dólares, com garantias reais, em circulação, é de US$ 72,1 trilhões do Produto Interno Bruto mundial (2013). Portanto, o volume de Dólares irreais em circulação no mundo é elevadíssimo. Provavelmente não haverá uma perda total caso este ajuste seja feito de forma gradual ao longo dos anos pelos governos do mundo todo, principalmente os governos dos países de grandes economias. Todos terão de se ajustar a realidade. O mercado tem seus riscos e dele todos os seus integrantes participam de acordo com o risco que decide correr para ter maiores ou menores ganhos. Muitas vezes ocorrem perdas para quem aplica em direitos de maior risco. O pânico é o que de pior pode acontecer porque as suas consequências podem levar a uma crise como a de 1929 e produzir a perda total dos valores aplicados. Em resumo: Os investidores não perdem porque os valores investidos se ajustam aos valores reais e no encontro de contas não haverá perdas reais e sim nominais, mudando a escrituração, ou haverá pouquíssimas perdas que podem ser sanadas pelos governos. Os aplicadores terão perdas de acordo com o risco que assumiram, mas não perderão tudo se não houver pânico e o caos econômico. É fundamental que as economias em desenvolvimento, como a chinesa, sejam preservadas para continuarem como pilar de equilíbrio e centro de propulsão da economia mundial, como está acontecendo, até que os países desenvolvidos façam os ajustes dos seus sistemas financeiros e de suas economias para que o sistema econômico mundial possa ter de volta o seu equilíbrio. Congelar o mercado de ações da China foi uma excelente medida até que o pânico seja controlado para não contagiar o equilíbrio da sua economia real. O maior risco da economia mundial se deteriorar está no procedimento de investidores globais por tentarem negar a crise financeira com divulgação de ideias do tipo: “Para alguns investidores globais, o medo de que a turbulência no mercado (financeiro) chinês desestabilize a economia real é agora um risco maior do que a crise na Grécia”, como se fosse possível evitar a crise mundial, escondendo que a crise financeira iniciou nos EUA e continua propagando os seus efeitos negativos para a Europa e o resto do mundo. É imprescindível reconhecer a crise e atuar para corrigir os seus males onde ela se iniciou e continua para poder conter a propagação do desequilíbrio econômico. Os EUA e a Europa não contribuirão para restabelecer o equilíbrio monetário e econômico mundial enquanto não admitirem que são responsáveis diretos pela crise e corrigirem os seus erros. Nenhuma nação em desenvolvimento ou subdesenvolvida se submeterá a sacrifícios draconianos, como acontecia no passado, para esconder e corrigir os erros das economias desenvolvidas que conduziram o mundo a esta crise financeira a partir do subprime, que criaram os créditos bancários de alto risco nos EUA.
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