sexta-feira, 19 de junho de 2015

Fazenda ensaia uma autocrítica | GGN

Fazenda ensaia uma autocrítica | GGN

Um comentário:

  1. As linhas centrais de análise da economia feita pela mídia são tão dispares de qualquer raciocínio lógico em Ciências Econômicas, que tinha desistido de fazer comentário sobre elas. Tentarei encontrar alguma conexão lógica nesta avaliação para comentá-la. Três meses após o início das medidas de ajuste da economia já permite uma avaliação, portanto foi o que a presidente Dilma Rousseff fez quando garantiu que, na economia, o pior já tinha passado. Isto significa que a desconfiança e as negociações políticas e econômicas já apontavam para um horizonte de calmaria e renovação. E foi o que aconteceu. Seis meses depois do início do ajuste, o Ministério da Fazenda anunciar uma revisão das metas traçadas para o ajuste, é prova de que a equipe econômica esta fazendo a gestão da política econômica, mediante um monitoramento constante e eficaz, adequada para acompanhar, registrar e avaliar as ações implantadas através de indicadores de desempenho, que identificou os desvios e solicita correções para que o objetivo projetado seja alcançado com eficácia e eficiência. Esta demonstração de domínio é a excelência em governança. Não se entenda domínio das ações do governo com intervenção. A recessão mal começou por que não era e não é o objetivo. O objetivo é desaquecer a economia e para isto se faz imprescindível reduzir o nível da atividade econômica, que se parece com recessão, mas não é recessão. A visão cristã da economia – segundo a qual, quanto maior o sacrifício, maior a redenção de fato não é técnica e político-econômica. Mais conhecida como neoliberal. Não faz e nunca fez parte das diretrizes da política econômica de Dilma. Pode parecer porque as ferramentas e os princípios de economia adotados para obter o ajuste fiscal são os mesmos, mas a aplicação segue uma orientação técnica e jamais política ou de redenção pelo sacrifício. A diferença pode ser expressa para o leigo dizendo-se que são ferramentas e princípios adotados por profissionais e não por amadores, leigos, heterodoxos ou charlatões. Em outras palavras, para fazer um pão usa-se os mesmo ingredientes em qualquer lugar ou condição, mas o pão do profissional é diferente do pão efetivado pelo amador. O leigo insiste em considerar a inércia como elemento econômico, misturando os períodos econômicos como se isto fosse possível para uma avaliação técnica. Não faz nenhum sentido técnico e, muito menos científico, dizer: “De fato, com a economia já caindo no final do ano passado, a combinação mortal de ajuste fiscal e juros acelerou a recessão levando a uma frustração da arrecadação.”. São momentos históricos, econômicos, legais e contábeis distintos. Para se falar de erro ou acerto de política econômica se faz quando se sabe o que está dizendo ou como técnica de conversação para agradar um interlocutor. Neste caso, a única explicação seria o uso de técnica de conversação para agradar e acalmar os leigos e opositores contumazes. A política exige o uso desta técnica. Pronto, mais um leigo satisfeito e com a estima elevada. Assim constrói-se o especialista em economia de uso midiático. Em economia visão holística só serve para construir as diretrizes e fazer planejamento, a execução é de responsabilidade do monitoramento. A visão holística não tem utilidade na execução, portanto a política monetária agrade ou não, seja compreendida ou não já faz parte do planejamento. A única coisa relevante que encontro nesta análise de política econômica é a capacidade do leigo em propor solução para os mais complexos problemas do universo de maneira simplória, como neste exemplo: “Ou seja, enquanto a política monetária não reduzir a remuneração de curto prazo dos títulos públicos, o principal investidor de longo prazo – os fundos de investimento e de pensão – não sairá a campo para produzir a tal agenda de investimento. Esses erros atrasam a recuperação da economia, enfraquecem politicamente o governo, mas não atrapalham a agenda positiva.”, quando a equipe econômica precisa antes de qualquer coisa fazer o ajuste para depois pensar em retomar o investimento.

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