terça-feira, 9 de junho de 2015

A farra do juros altos - Relatório D.C. - Rogerio Studart - Brasil Econômico

A farra do juros altos - Relatório D.C. - Rogerio Studart - Brasil Econômico

Um comentário:

  1. A estupidez parece ser uma característica relevante na mídia. Dizer que a implantação conjunta do choque de juros e da austeridade fiscal, na maioria dos casos, não demonstrou técnica e/ou politicamente ser sustentável é uma obviedade oratória e desnecessária. Austeridade e choque não são termos econômicos e, portanto, não tem relação ou aplicação técnica. São termos próprios do neoliberalismo que reflete um pensamento político adotado na condução de ações econômicas. Não há registo histórico de que ações e atos do neoliberalismo sejam economicamente sustentáveis, mesmo porque não há coerência técnica ou cientifica para expressar a realidade de um fato econômico. Estes termos são equivocados tanto quando se refere a definição quanto ao emprego na economia. O que se aplica em economia é política monetária e política fiscal, que são técnica e/ou politicamente sustentáveis e recomendadas pela comprovação histórica. “A política monetária pode recorrer a diversas técnicas de intervenção, CONTROLANDO A TAXA DE JUROS por meio da fixação das taxas de redesconto cobradas dos títulos apresentados pelos bancos, regulando as operações de open market ou impondo aos bancos o sistema de reservas obrigatórias (depósitos compulsórios) para garantir a liquidez do sistema bancário. Em relação ao crédito, podem ser adotadas medidas restritivas ou práticas seletivas.” – Sandroni. E a política fiscal direciona o estudo e aplicação da chamada economia do bem-estar. Cabe ao Estado aplicar uma progressiva política fiscal, de modo a executar programas de moradia, saúde, educação, Previdência social, seguro-desemprego e, acima de tudo, garantir uma política de pleno emprego. Com o pleno emprego encerra-se um ciclo econômico e a política fiscal precisa ser ajustada para evitar descontrole da inflação. Segundo Keynes, cabe ao Estado o papel de restabelecer o equilíbrio econômico por meio de uma política fiscal. Neste caso faz-se restrições na política do bem-estar para permitir um novo ciclo de crescimento econômico sem inflação para alcançar novamente um nível de bem-estar compatível com o crescimento econômico, ou seja, uma política fiscal cujo objetivo volte a ser o sistema de preços adequados, tendo em vista que as atividades que se deseja estimular, bem como seu volume, são determinadas em grande parte pelos preços; nível de consumo conveniente; nível de emprego desejável; distribuição da renda, objetivo fundamental que relaciona de imediato a política fiscal e a questão do poder político na sociedade (seja porque a eficiência de uma economia está em grande parte determinada pela forma como é dividida a riqueza criada, seja porque afeta diretamente os preços, a quantidade de consumo, o volume e a estabilidade do emprego. Como pode ser constatado as políticas fiscal e monetária contrapõe-se ao choque de juros e a austeridade fiscal próprios do neoliberalismo e diferente do que está sendo aplicado pela política econômica no Brasil. A política fiscal também tem o poder de garantir a estabilidade cambial por meio do controle da inflação, mas isto varia de economia para economia e de estágio econômica das economias não podendo fazer analogia com economias que passam por problemas econômicos distintos. O conservador Fundo Monetário Internacional pediu aos Estados Unidos que evitassem qualquer aumento de juros agora por outra razão, que se trata de ter precaução para não aumentar ainda mais a dívida pública que já é exagerada. Jornalista é mesmo um analfabeto funcional que interpreta as coisas de forma simplória. Comparando-se o endividamento público do Brasil com o dos EUA pode-se facilmente constatar que o Brasil ainda possui uma larguíssima margem de endividamento, por isto pode aumentar os seus juros para o nível atual. Inflação não é um fenômeno físico. Inércia inflacionária não existe. A inflação sempre foi e é controlada pelas políticas fiscal e monetária.

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