Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Estas declarações do Paulo Roberto Costa, que a mídia finge desconhecer e classificar como corrupção, é na verdade a forma convencional de financiar os partidos e as eleições sem que seja aprovada uma lei específica no Congresso. A mídia sabe em razão de muitos jornalistas serem assessores de políticos e os empresários não esconderem em conversas particulares, mesmo com jornalistas, que o financiamento dos partidos e políticos é realizado em duas etapas: Uma para registro nos tribunais eleitorais e prestação de contas ao TSE e outra para evitar problemas com o Fisco, quando cruzam informações com as empresas, e com partidos e políticos que recebem menos do que outros. Há políticos que não escondem a vergonha de, como dizem: “extorquir” empresários quando se recusam a contribuir para a eleição e com a manutenção de partidos, aos quais são filiados. Neste caso não existe na prática partido no governo ou na oposição. É uma espécie de direito adquirido em convenção não escrita. Parece que funciona de forma semelhante às regras da Constituição não escrita do Reino Unido, onde “os alicerces da constituição (...) tem sido, tradicionalmente, a soberania parlamentar, segundo a qual os estatutos são aprovados pelo Parlamento (...) e última fonte de direito.” - Wikipédia, a enciclopédia livre. A justiça eleitoral quando encontra indícios tem dito, através de seus representantes, que nada pode fazer sem indiciamento da polícia e a provocação do Ministério Público. Empiricamente todos sabem que não existe corrupção e sim um descumprimento da legislação. Por outro lado, dá margem para que em todas as eleições haja denúncias de corrupção de ambos os lados. Só com a legalização desta prática e do lobby o descumprimento da legislação será efetivamente criminalizado, caso contrário apenas àqueles mais fracos ou descuidados serão levados aos tribunais como corruptos. Por não ser uma prática desconhecida no meio político até hoje nenhum corruptor foi denunciado ou punido porque efetivamente não cometeram crime, pois que a prática do financiamento mediante caixa 2 ou outra forma não permitida em lei está fundamentada em convenção não escrita ou verbalizada claramente. Os “corruptores” estão cumprindo a regra do jogo que não foi estabelecida por eles. A verdadeira honestidade está em legalizar as práticas irregulares, porém frequentes e reais, e criar mecanismos legais para coibir abusos senão iremos continuar com esta ladainha todas as vezes que houver eleição, denegrindo a imagem das instituições e dos homens, que estão procedendo de acordo com as necessidades das estruturas políticas e democráticas. Não se faz eleição e não se mantem partidos políticos, indispensáveis para a democracia e a constituição de governos, sem dinheiro e sem os recursos necessários. O fim do cinismo e da enganação do eleitor será a ação mais honesta.
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