terça-feira, 16 de setembro de 2014

Reeleição é "a mãe de todas as corrupções", diz Barbosa - Notícias - Política

Reeleição é "a mãe de todas as corrupções", diz Barbosa - Notícias - Política

Um comentário:

  1. Simplista! Esta é a marca do ignorante que pensa ser especialista ou perito em alguma coisa. Criticar a reeleição e propor um governo de cinco anos expressa a falta de conhecimento sobre política orçamentária e processos no setor público. A reeleição é a garantia de que o governo tem de cumprir com o que prometeu ao eleitor durante a campanha ou, pelo menos, realizar parte considerável das propostas de campanha, caso queira se reeleger. A reeleição é a segurança institucional do eleitor para reclamar os compromissos assumidos pelo candidato eleito, mesmo que no segundo mandato o governante já não cumpra as promessas feitas durante a campanha por não ter como objetivo mais um mandato. Mesmo assim, o eleitor terá um mandato voltado, também, aos seus interesses. Para quem viveu os períodos de governo sem direito a reeleição sabe que depois de eleito o governante passa a desconhecer os eleitores e seus interesses e assim ignora todas as promessas de campanha, porque se volta a satisfazer exclusivamente os interesses dos financiadores de campanha. E o povo é esquecido, pois o governante de plantão e a serviço dos financiadores já não precisa mais se eleger pelo voto consciente, passando a contar com a rede de proteção política dos seus financiadores. O sistema sem reeleição proporciona até mesmo a amnésia do eleitor que por ter a consciência de que o governo eleito não fará nada em seu benefício esquece deliberadamente o nome do candidato em quem votou. A este eleitor só resta conquistar um saco de cimento, um sapato, pagamento de uma conta de luz ou de água, despachar uma receita médica, durante a campanha, e a esperança de que um dia possa ser ouvido e respeitado em seus direitos e necessidades. Falar em mandato de cinco anos demonstra a falta de conhecimento sobre gestão e processo no setor publica. Para começar um governo ao iniciar o mandato não trabalha com o seu orçamento, isto é, não tem dinheiro autorizado por lei para executar o seu programa. No último ano o governante cuida da formação de alianças para eleger o sucessor, com isto passa a fazer concessões aos aliados que distorce o seu planejamento e, por conseguinte, o seu governo, além de cuidar do seu futuro político como candidato, por exemplo. Perde-se dois anos. Assim não resta tempo nem condições para exercer plenamente o governo. Os três anos que pode lhe restar é repleto de problemas de caixa; obtenção de financiamento para obras, saúde, etc; elaboração de projetos; coordenação das equipes técnicas vinculadas ao seu partido e às atreladas aos partidos aliados. Caso necessite reformular processos e equipes para por em prática o programa de governo levará de um a três anos só para reorganizar os grupos de trabalho e seus procedimentos. Ainda tem de adequar o seu programa de governo a cada ano de acordo com a composição das assembleias que se modificam durantes os anos, mesmo que as eleições sejam unificadas. Caso contrário pode lhe faltar governabilidade para realizar o seu governo. Fazer investimento de longo prazo nem pensar, porque nenhum governo inicia uma obra que ele não irá inaugurar, haja vista que lhes falta o apoio político necessário, sem que haja a certeza de que o seu partido se manterá no Poder. Logo, as usinas hidrelétricas ou atômicas, grandes ferrovias, portos e aeroportos, etc., poderão ser projetados, mas dificilmente sairão do papel. Esta era a prática quando não tínhamos o instituto da reeleição. E como resultado os grandes projetos, que exigiam uma execução de longo prazo, só eram postos em prática quando havia um Estado de exceção. Ao se fazer um breve relato dos entraves promovidos pela política que não permita o instituto da reeleição é de se acreditar que o Brasil com estas mentes alienadas e despreparadas ou pela má-fé não conseguirá sobreviver na democracia por muito tempo. Quem nos afirma isto é a história do Brasil.

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