Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Quem diz uma coisa como esta: Governo 'afugentou' investimento, não entende nada de princípios econômicos e muito menos sobre uma especialidade como economia internacional e investimento. Para compreender o erro desta afirmação é preciso saber que historicamente, durante as crises financeiras, os investidores buscam segurança econômica em ativos seguros para garantir sobrevivência, conforto, qualidade de vida, e liberdade, que eram assegurados, antes da crise monetária, pelo o dinheiro. Os investidores sabem, também, na crise sistêmica, grandes empresas, bancos e governos, praticam constantes fraudes nos cidadãos, e o sistema judiciário não oferece um grau de proteção adequado aos investimentos. Por esta razão, os recursos destinados a investimentos, em renda fixa e ações, são aplicados em ouro, por possuir valor intrínseco e não representar dívida de nenhum governo, banco, ou empresa. Além disso, os investidores ponderam que antigamente o dinheiro era lastreado em ouro, agora não tem outro lastro que não seja o crescimento econômico e que durante as crises financeiras o crescimento econômico atinge um nível de saturação, que impede a continuidade do crescimento na mesma velocidade. Logo, para asseverar que toda a sua riqueza não sofra danos irreversíveis com o risco sistêmico, os investidores resolvem aplicar metade de seus recursos em ouro e a outra metade em moedas estrangeiras para garantir a diversificação dos investimentos, como manda o bom senso e o gerenciamento de riscos. Dito isto, é possível compreender que o investimento foi afugentado, no período citado, pelas crises financeiras na Ásia e na Rússia em 1997 e 1998, quando o Brasil recorreu ao FMI para conter a crise interna, marcando o primeiro acordo realizado no governo de FHC. No ano de 2001, quando o Brasil recorreu ao FMI novamente, em uma conjuntura de volatilidade do mercado interno e desaceleração da economia mundial, graças ao atentado de 11 de setembro nos EUA, a crise da Argentina e as turbulências do mercado internacional. Durante o governo Lula os investimentos voltaram e até 2006 o crescimento econômico manteve-se ativo e a economia mundial se acelerou no mesmo período. No ano de 2006 veio a Crise do subprime, crise financeira, a partir da quebra de instituições de crédito dos Estados Unidos, que concederam empréstimos hipotecários de alto risco, arrastando vários bancos para uma situação de insolvência e refletindo sobre as bolsas de valores do mundo todo. A crise foi revelada publicamente em Fevereiro de 2007, crise grave, certamente a mais grave desde 1929, com possibilidades, portanto, de transformar-se em crise sistêmica e que se arrasta até os dias de hoje. Por isto, mais uma vez, os investimentos foram afugentados. Esta crise resultou da ciranda financeira que já vinha retirando recursos do investimento produtivo. Ela foi descrita pelo Dossiê da Crise II - publicado em agosto de 2010 pela Associação Keynesiana Brasileira (AKB), assim> “(...) Como resultado do processo de desregulamentação financeira, observou-se um acirramento na concorrência entre instituições bancárias e, por conseguinte, queda nas margens de intermediação financeira, tendo como resposta uma tendência à conglomeração financeira e um aumento na escala de operação via fusões e aquisições. Assim, instituições financeiras passaram a explorar diferentes mercados, inclusive de mais baixa renda. No mercado de títulos, desenvolveram-se mecanismos de securitização, estimulados pelo crescimento de investidores institucionais, em que firmas e bancos se financiam "empacotando" rendas a receber. Em suma, uma vez que a securitização permitia a diluição de riscos no mercado, as instituições financeiras passaram a aumentar sua alavancagem, supondo que os mecanismos de autorregulação do mercado seriam capazes de continuar avaliando corretamente os riscos inerentes às atividades financeiras.” A confusão financeira criou uma retração econômica no mudo inteiro e, consequentemente, uma descredito nos investidores.
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