Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Esta é uma declaração que envergonha o Brasil e suas instituições públicas e privadas, especialmente por expor a mediocridade do profissionalismo brasileiro. Não tanto pelo que é dito, mas por quem diz e, principalmente, como diz. Perco as esperanças em ver o profissionalismo como base das instituições brasileiras públicas e privadas, quando leio e analiso as declarações do presidente da mais importante instituição do Poder Legislativo brasileiro, encarregada de subsidiar os senadores e deputados federais na fiscalização de ações públicas, mediante auditorias, dos poderes: executivo, judiciário e do próprio legislativo, descrevendo uma grave deficiência das instituições, mas sem conhecimento necessário sequer para fazer a crítica simplista ou “ingênua”, quanto mais para fazer e direcionar providências no intuito de examinar cuidadosa e sistematicamente as atividades desenvolvidas em determinada empresa ou setor, averiguando se elas estão de acordo com as regras preestabelecidas, se foram implementadas com eficácia e se estão em conformidade com os objetivos. É triste observar uma autoridade com o poder e a influência de um presidente do Tribunal de Contas da União embaralhar conceitos e boas práticas gerenciais, demonstrando falta de conhecimento sobre a essência do que está criticando. Um técnico com comportamento, procedimento e conhecimento profissional não pode embaraçar método de decisão política e prática de deliberação executiva, como fez ao citar: “(...) como exemplo de falta de análise de risco a decisão da Petrobras de construir quatro refinarias ao mesmo tempo, no que chamou de "decisão política".” Coordenação e governança são coisas distintas. Governança é o conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma instituição é dirigida, administrada ou controlada. (...). Os principais atores tipicamente são os acionistas, a alta administração e o conselho de administração. Outros participantes da governança corporativa são os funcionários, fornecedores, clientes, bancos e outros credores, órgãos reguladores (...) e a comunidade em geral. Coordenação, que o que ele certamente quis dizer quando se referiu a falta de articulação entre os ministérios, é arranjar metodicamente ou conciliar meios e esforços para uma ação comum. As decisões políticas sempre antecedem as deliberações executivas, sem se confundirem, cabendo aos executivos a competência técnica e profissional para viabilizar a decisão política ou requerer destituição ou exoneração quando não apresentam capacidade para por em prática a decisão política ou superior. Esta a capacidade indispensável e que caracteriza o profissional de nível superior. Dizer que “A falta de planejamento leva à corrupção, o fato de não existir governança facilita a corrupção. Não tem planejamento, metas, nem avaliação de risco, (..)”, é uma demonstração de eloquência ajustada ao samba do crioulo doido, porque a ordem e o encadeamento lógico é outro. A falta de gestão é que produz a ausência de planejamento, que por sua vez provoca a falta de metas e avaliação de risco. Enfim, quando o discurso é confuso e desprovido de lógica demonstra desconhecimento. Por esta razão não posso acreditar numa correção destes problemas administrativos e profissionais no Brasil; haja vista que, os técnicos necessários para a implantação de uma gestão profissional não existe nem mesmo no alto escalão ou para usar uma expressão profissional na alta administração. É lastimável porque todos reclamam, mas falta competência e capacidade para encontrar a solução. Como diria La Bruyère “Em geral a crítica não é ciência: é um ofício em que se precisa mais de saúde que de espírito, mais trabalho que capacidade, mais hábito que gênio. Se vier de um homem que tem menos discernimento que leitura, e se exerce sobre certos capítulos, corrompe os leitores e o escritor”. Avante...
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