Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
“Mentimos mesmo quando estamos sozinhos”, (Millôr, VEJA: 05/10/05). “Se mentir é uma propriedade da mente humana seria quase impossível depurar os nossos pensamentos, as nossas expressões de qualquer traço de mentira que eles possam conter. Então, a mentira, como a verdade, seria uma condição primária para o funcionamento de todos nós. Não tive como objetivo neste texto a preocupação de analisar esse aspecto vasto do nosso funcionamento. Se a mentira tem muito de atávico para todos nós, ela também tem de contingente para muitas circunstâncias de nossa vida. O que procuramos foi refletir sobre essa dimensão contingente de sua presença em um gênero discursivo de modo específico. Reforçando esse caráter de sua manifestação no discurso político, concluo esta reflexão, listando um conjunto de itens para as quais aponto indicadores para uma reflexão futura. Item 1: A mentira parece ser um fato determinante no processo da construção dos discursos políticos, o que é reforçado por certa intuição generalizada, às vezes inconsequente, de que tudo aquilo que decorre do mundo político já vem contaminado pela mentira. Item 2: A mentira precisa ser vista e demonstrada, como construção discursiva, não apenas do ponto de vista da produção, como também da recepção. Embora concebida como mentira, não dispomos de instrumentos seguros que permitam a sua decodificação imediata. Mas é possível que existam alguns traços na sua montagem estrutural, nas suas estratégias argumentativas que propiciem a sua percepção. Ela não pode ser um objeto de percepção a posteriori em sua totalidade. Item 3: É possível que a análise da mentira ainda venha exigir de nós um arsenal mais amplo de instrumentos que permitam a sua percepção. Consagrada formalmente como um paradoxo na lógica clássica, a mentira continua a exigir outros padrões de análise, sobretudo naquela dimensão em que ela se torna mais efetiva na vida social, isto é, a mentira política. Item 4: É preciso determinar, de modo mais específico, como a questão da referencia pode contribuir diretamente para uma avaliação da mentira. É possível que as condições de referencia dos objetos sociais não tenham o mesmo teor quando intencionalmente manipulados para funcionar como mentira. Item 5: Quanto de convencional e de intencional fazem parte da construção da mentira? Se ela é um jogo de linguagem, como quer Wittgenstein, devemos supor a existência de regras para construir mentiras - o mentiroso precisa ser coerente; se ela é uma extensão do ato de fingir, que é intencional, então, devemos ter outras propriedades, outros padrões a serem destacados na construção da mentira.”, (CONDIÇÕES SOBRE O DISCURSO POLÍTICO: A PROPÓSITO DA MENTIRA. HUGO MARI - PUC MINAS). “Nunca minta, só depois de uma caçada, durante uma guerra e antes da eleição.", (Otto Von Bismarck (1815-1898) Político alemão).
ResponderExcluir