Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
sábado, 3 de maio de 2014
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A maioria dos economistas e matemáticos brasileiros tem dificuldade em trabalhar com a lógica em ciências econômicas porque se prendem a juízos empíricos sem tratar as questões econômicas como juízos sintéticos. Como disse Francis Bacon: “A natureza supera em muito, em complexidade, os sentidos e o intelecto. Todas aquelas belas meditações e especulações humanas, todas as controvérsias são coisas malsãs. E ninguém disso se apercebe”. Investimento em economia significa a aplicação de capital em meios que levam ao crescimento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, meios de transporte), ou seja, em bens de capital. A lógica do termo investimento no sentido amplo é uma deformidade do conceito em ciências econômicas porque se aplica tanto à compra de máquinas, equipamentos e imóveis para a instalação de unidades produtivas como à compra de títulos financeiros (letras de câmbio, ações etc.). Esta separação é indispensável para uma avaliação do sistema econômico, em especial o investimento, sem que haja conflito de ideias e deformidades na execução de análise e ações econômicas. Ao expor que “Se, em um passe de mágica, o investimento em infraestrutura passasse de 2,5% para 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o país poderia crescer neste ano, em vez de 1,8% (como projeta o Ibre), mais de 3%”, Frischtak e o Ibre utilização a lógica do conceito amplo de investimento, descaracterizando a realidade econômica. Isto é consequência natural dos institutos porque são instituições que no geral não se caracterizam pelo rigor científico, tratando os assuntos técnicos como assunto de interesse geral onde as opiniões frequentemente estão longe da exatidão técnica. “Você pode entrar em contato com o IBRE por meio do e-mail ibre@fgv.br Para anúncios e/ou informações sobre a Revista Conjuntura Econômica, ligue para (21) 3799-6853 (Rio de Janeiro), 08000 – 257788 (outros estados) ou mande um e-mail para conjunturaeconomica@fgv.br”, isto é, trata-se de instituição voltada para atender os interesses, expectativas e desejos do grande público e não apenas de profissionais e de instituições em economia. Por força deste interesse o material resultante dispensa o rigor científico. Logo, considerando esses interesses a veracidade fica comprometida. E, como expôs Spinoza “Com efeito, quanto ao que constitui a forma da verdade, é certo que o pensamento verdadeiro se distingue do falso não apenas por uma denominação extrínseca, mas principalmente por uma intrínseca. Realmente, se algum artífice concebeu em ordem uma construção, ainda que essa construção nunca tenha existido nem venha a existir jamais, seu pensamento, entretanto, é verdadeiro e é o mesmo, quer a construção exista, quer não. E, ao contrário, se alguém disser que Pedro, por exemplo, existe, mas ignorando que exista, seu pensamento é falso a respeito de Pedro, ou, se preferes, não é verdadeiro, ainda que Pedro exista de fato”. Diante de tal confusão técnica e científica resulta uma analogia impossível de retratar a realidade, ainda mais quando se faz a desconexa comparação entre as economias da Coreia do Sul, Ásia, Chile, Colômbia e Brasil. Qualquer sistema econômico está submetido a expectativas e desejos dos consumidores e investidores, que variam conforme o tempo e a cultura. Esta mesma confusão é disseminada por todo o conteúdo do texto, levando a uma conclusão falsa. Tanto que se fosse possível prever o resultado de investimentos não haveria prejuízo, falência nem corretores e corretoras de valores e os resultados em bolsas de valores seriam sempre positivos. Um fato que agrava as análises equivocadas e erradas é o fato, muito comum, de alguns técnicos se julgarem Deus em suas profissões, fazendo propostas e previsões infalíveis. Minha mãe costumava chamar esse pessoal de “engenheiros de obras prontas”. Humildade e estudo não fazem mal nem provoca obesidade.
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