Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Ronaldo pisou na bola. Ele mais do que ninguém sabe que golpeando a bola dificilmente ela será carinhosa para com ele. Nesta polêmica só quem perdeu foi o Ronaldo e aqueles que estão com ele. A incapacidade de análise da conjuntura fez com que ele agisse de forma incorreta. Assim como quem maltrata a bola perde a interação com ela, quem maltrata o futebol perde a reciprocidade com o futebol e os seus amantes. Ele avaliou que o brasileiro não quer a copa. Isto foi uma demonstração de total ignorância sobre o futebol e o povo brasileiro. É compreensivo porque passou muitos anos na Europa, mas deveria ao voltar ter se comunicado melhor com o nosso futebol. De forma contrária limitou-se as informações oriundas da mídia contrária ao futebol por opção ou por competição com a Rede Globo, que pelo poder financeiro tem exclusividade em muitos momentos do futebol brasileiro. Este distanciamento da realidade sobre o futebol brasileiro levou-o a criar uma animosidade com o torcedor e com os profissionais ligados ao futebol entre eles os jornalistas. Acreditar que o povo brasileiro não quer copa é de uma infantilidade ou desconhecimento sobre o Brasil que dá pena. A mídia faz o jogo dela para vender o seu produto que é a notícia, mas os jornalistas realmente informados sabem que isto não é verdade. A verdade é que haverá copa e que o futebol no Brasil nunca foi uma unanimidade. Muitos grupos brasileiros rejeitavam e rejeitam o futebol brasileiro como, por exemplo: Religiosos ortodoxos; ideólogos que acreditam ser o futebol o ópio do povo; as elites brasileiras, por crer que futebol é coisa de pobre; a maioria das mulheres (aqui faço uma ressalva porque o futebol se popularizou entre as mulheres depois que surgiu o futebol feminino, mas também não há uma maioria expressiva); o grosso dos desportistas amadores, que praticam outros esportes; etc. Porém, os grupos sociais brasileiros que não gostam de futebol constitui uma minoria. Assim sendo, quando a copa começar os estádios de futebol estarão cheios e os torcedores que não conseguirem ingresso para os jogos estão assistindo pela televisão, internet, etc. Todos irão constatar que a maioria dos brasileiros gosta do futebol e fará festa para comemorar cada vitória da seleção brasileira, mesmo com os protestos nas ruas daqueles que não aprovam o futebol e clamam por alternativas de laser e de gastos públicos. Se hoje não há, ainda, euforia nas ruas deve-se ao receio de criar conflito antes do tempo. As bandeiras ainda não tomaram as ruas do Brasil por cautela da população que gosta de futebol. Não existe o medo de expor a preferência pelo esporte. Há uma prudência, que desaparecerá assim que a bola começar a rolar. Da mesma forma que a torcida do Corinthians avisou aos manifestantes que se dirigiam para o estádio do clube que se houvesse quebra-quebra iriam enfrentar a fúria da torcida do Corinthians, o povo brasileiro que ama o futebol só está esperando a hora chegar para resolver o problema se a polícia não conseguir. E para quem conhece o torcedor brasileiro, em especial, as torcidas organizadas sabe que a vitória é certa. Não se trata de pensar no sucesso antes do tempo ou de intimidar os manifestantes do “não haverá copa” é uma constatação. Enquanto haverá 500, 2.000, 10 mil pessoas nas ruas, nos estádios de futebol o número será bem maior. Mas, para quem tem dúvida do que exponho, basta aguardar o início da copa, porque faltam poucos dias. O Ronaldo irá pagar pelo erro de avaliação e de desrespeito pelo torcedor que é apaixonado pelo futebol. Aguardem! Falta pouco, pouquíssimo! Aqui somos todos loucos pelo futebol. A razão desaparece quando a bola começa a rolar.
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