Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Não acredito que esta tenha sido a conversa do ministro Levy com a presidente e o vice-presidente. Um profissional experiente, mesmo que não seja bem informado sobre as regras da constituição e o jogo político não pode deixar de saber quais são os limites do Poder Executivo, em um governo. Montesquieu propôs a divisão dos três poderes em: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário na sua a obra “O Espírito das Leis”. E este é o modelo adotado pelo Brasil. Neste modelo: O Poder Executivo tem como função coletar as demandas da esfera pública e arquitetar os meios cabíveis para que as necessidades da coletividade sejam atendidas segundo o que é determinado pela Constituição e as demais leis. Dessa forma, mesmo tendo várias atribuições administrativas em sua essência, os membros do executivo não podem extrapolar o limite das leis. O Poder Legislativo em paralelo tem como obrigação congregar os representantes políticos dos cidadãos para propor, votar e criar novas leis e às aperfeiçoar, quando necessário. Dessa forma, os eleitos pelos cidadãos, membros do legislativo se tornam porta-vozes dos anseios e interesses da população como um todo. Além desta tarefa, os membros do legislativo possuem dispositivos para fiscalizar o cumprimento das leis por parte do Executivo. Através deste procedimento os legisladores ou parlamentares monitoram a ação do poder executivo. Dito isto, fica evidente que o ministro Levy jamais teria o dialogo descrito nessa reportagem, com a presidente e o vice-presidente. Por outro lado, é do conhecimento de todos os cidadãos brasileiros e do governo, que não existem partidos políticos ideológicos no Brasil por ser um país de pouca tradição democrática. Esta característica fez prevalecer os partidos oportunistas e os chamados partidos de aluguel, que ora tem uma posição política sobre os temas em discussão, ora apresentam outra opinião, conforme os interesses e os ganhos políticos ou financeiros de seus parlamentares. Logo, é inviável para o governo negociar assuntos sérios e de pouca aceitação na sociedade, mas de importância imprescindível para a gestão pública num ambiente de chantagem, extorsão ou falta de coerência ideológica. Assim um partido que já foi governo ou aliado de governos passados tem uma determinada posição, por exemplo, sobre imposto quando governo e outra quando lhe convém. Para ser mais explícito: Os partidos aliados do governo do PSDB no passado a exemplo do PMDB aprovaram aumentos de impostos e a criação da CPMF e agora se negam a votar a favor da criação de impostos para equilibrar o Orçamento, mesmo sendo aliados, assim a lei Orçamentária não tem apoio para ser aprovada, possivelmente por não ter retorno financeiro ou eleitoreiro para os partidos, que em governo anterior do PSDB votou a mesma proposta e aprovou-a. Conhecendo estes pormenores o ministro Levy sabe ou deveria saber que diferentemente da iniciativa privada, que possui no Máximo um Conselho de Administração, formado por profissionais do ramo e tecnicamente preparados para a função, o setor público tem como conselho de administração o Congresso Nacional, constituído de amadores e membros despreparados tecnicamente, logo a gestão econômica do setor público, o que requer muita habilidade política para convencer e de dinheiro para cooptar os parlamentares. Portanto, Não cabe a provável reclamação. É a atuação política do ministro que pode ou não fazer aprovar as leis que precisam ser aprovadas para reestruturar a política econômica do executivo que foi desarrumada pela força política das empresas ao exigirem do executivo a renúncia fiscal para que o consumo das famílias se mantivesse no mesmo patamar, que antecedeu a crise financeira mundial. Diz o ditado popular que ‘quem não chora não mama’, mas é preciso saber a quem chorar ou agradar, como fazem os cachorros. Ministro é escalado para resolver problema e não para levar problema ao superior.
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