quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O estilo intempestivo de Dilma e o déficit fiscal | GGN

O estilo intempestivo de Dilma e o déficit fiscal | GGN

Um comentário:

  1. Esta avaliação se aproxima dos fatos, mas faltou citar alguns acontecimentos decisivos para a geração das dificuldades ou dos problemas econômicos pelos quais o Brasil passa. Para começar vamos por as palavras nos seus devidos lugares. Há um quadro recessivo, mas ainda não há recessão. Não existe política monetária menos ou mais restritiva. Existe política monetária positiva ou negativa dependendo do resultado apresentado ao fim de 12 meses, quando fecham as contas do governo e da economia como um todo. Déficit primário não é resultado parcial, é um resultado conclusivo do orçamento e, portanto, é uma tragédia porque apresenta uma tendência negativa, que precisará de correção imediata. As taxas praticadas pelo Banco Central que consomem, anualmente, 7,5% do PIB precisa de uma análise mais detalhada para uma conclusão sobre elas, mas de qualquer forma não pode ser comparada a déficit. As taxas do Banco Central não expõe naturalmente uma tendência negativa, depende daquilo que ela está pagando. Por exemplo, no caso da taxa está sendo paga em razão da política cambial e esta está dentro de um contexto para o ganho de rentabilidade da economia e do Banco Central não há perdas. O déficit é perdas em qualquer situação. O Déficit precisa estar bem administrado para não afetar negativamente a economia. Dizer ao Congresso que precisa aumentar a tributação para fechar as contas públicas ou cortar despesas é realidade, não é erro. Por outro lado, tentar zerar o déficit reduzindo despesas é uma tragédia porque tecnicamente irá quebrar a economia. Não há salvação econômica neste caso, foi assim que os neoliberais cansaram de quebrar a economia brasileira. Neste caso, não adianta um plano de voo factível porque será ilusório. Já ouvi muita discussão inclusive com opinião de economista sobre zerar o orçamento. Fico imaginando onde estes economistas foram formados, ou ainda, se estudaram economia, porque zerar o orçamento é o mesmo que zerar a economia. E economia zerada é economia morta. Este princípio está em qualquer livro de economia por mais simplório que seja. Esta avaliação não trouxe o fato determinante para os problemas da economia brasileira, que foi a crise externa: Entre os fatos determinantes podemos citar a dificuldade de exportar, causando déficit permanente na conta corrente do balanço de pagamentos em razão, sobretudo, da desvalorização do Dólar pelo FED e a queda dos preços de muitos dos produtos exportados pelo Brasil. A redução dos juros pelo FED também afetou a competição no comércio mundial. Estas medidas criaram dificuldade para o comércio mundial. O FED desrespeitou acordo internacional ao reduzir artificialmente o valo do Dólar. O Beggar-My-Neighbour Policies promoveu uma competitividade desleal com todos os parceiros comerciais dos EUA, afetando o balanço de pagamentos e a atividade econômica interna para os outros países. Uma enorme contradição, pois antes os E.U.A haviam exigido que a China valorizasse a sua moeda para não prejudicar a economia americana, com um câmbio irreal. Os E.U.A já haviam rompido o acordo cambial estabelecido na Conferência de Bretton Woods, em 1971, quando abandonou o padrão câmbio-ouro, em razão do enfraquecimento do dólar desde o final dos anos 60. E rasgou novamente o acordo internacional de 1972, firmado para estabelecer o câmbio flutuante ao desvalorizar por decreto a sua moeda Dólar, deixando todos os seus parceiros comerciais, especialmente o Brasil, em dificuldades para manter as suas atividades econômicas internas. O mundo todo exige que se cumpram os contratos, mas os E.U.A desrespeitam os contratos e acordos e não assumem os prejuízos causados aos seus parceiros econômicos. Por ter capachos no mundo inteiro para defender a economia americana e o seu governo a culpa sempre recai nos países periféricos. Esta é a verdade dos fatos. Se o governo Dilma tivesse tido força para resistir pressões do empresariado e não fizesse a renúncia fiscal, algumas empresas teriam falido, mas a situação econômica seria melhor.

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