quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Alta do dólar não é um problema apenas do Brasil, diz Levy

Alta do dólar não é um problema apenas do Brasil, diz Levy

Um comentário:

  1. A atividade econômica ocorre de forma periódica e alternada de expansão e contração. Este ciclo determina os períodos de crise econômica como fato natural de um processo econômico. Por esta razão, tudo em economia tem de ser avaliado pela conjuntura em que ocorre o fenômeno. Na atual conjuntura, ou seja, o fluxo e o refluxo das atividades da economia brasileira ou o estudo das condições de mercado indicam que o Câmbio depreciado é um fator favorável ao ajuste fiscal e ao equilíbrio econômico. É benéfico ao equilíbrio fiscal porque reduz as importações e aumenta as exportações, possibilitando o ajuste do balanço de pagamentos com relativa facilidade e favorável ao equilíbrio econômico porque a queda da atividade econômica, com redução do consumo e do investimento, torna possível fazer o ajuste entre o consumo e a oferta ou entre a produção e a demanda. Em economia não se pode analisar os fenômenos através do pensamento lógico-linear. A economia é uma ciência que requer análise por meio do pensamento sistêmico. Isto ocorre por que o: “Pensamento lógico-linear é unidirecional e excludente. Uma coisa é ou não é. Como é um tipo de pensamento que não acredita em contradições, então se você parte do pressuposto errado, todo o resto será errado (o pressuposto que não dá bom resultados). O pensamento lógico-linear deriva da análise. Como se você pegasse uma estrutura e a dividisse em partes, a fragmentasse - como a medicina faz, pega um órgão, o decompõe, estuda todas as partes desse órgão e a partir das partes forma o todo. O pensamento sistêmico é oposto. De acordo com esse pensamento, se você dividir o sistema em partes, você está destruindo o sistema, porque as partes não têm a qualidade do todo. O todo é consequência da relação das partes com o todo. No pensamento sistêmico você valoriza mais o todo do que as partes. É um pensamento que tem feedback, isso torna possível o sistema aprender com os seus erros. Já no linear isso não acontece, pois é uma linha continua de relação causa-efeito” - José Carlos Mazzilli. Como explicou Lev Semenovich Vygotsky: “Pode ser comparado à análise química da água em hidrogênio e oxigênio, elementos que, cada um de per si não possuem as propriedades do todo e possuem propriedades que não existem no todo. O estudante que utilizar este método na investigação de uma qualquer propriedade da água – por exemplo, qual a razão por que a água apaga o fogo? – verificará com surpresa que o hidrogênio arde e que o oxigênio alimenta o fogo. Estas descobertas não lhe serão de grande utilidade na resolução dos problemas”. O profissional de economia precisa conhecer as Ciências Econômicas em seus detalhes, mas o pensamento econômico é sempre voltado para avaliar o conjunto dos fenômenos ou o resultado da sua aplicação. Spinoza dizia: ““... as propriedades das coisas não se entendem enquanto se ignoram suas particulares, pois, se ignorarmos estas, necessariamente perverteremos a concatenação do intelecto, que deve reproduzir a concatenação da Natureza...”. O economista precisa conhecer o todo para propor a particularidade sem perverter a coerência do raciocínio. Isto só é possível pelo conhecimento científico. Estes burburinhos por causa da elevação do Dólar é fruto do desconhecimento de Ciências Econômicas e da conjuntura da economia brasileira, que passa por um processo de desaquecimento induzido e controlado. O resto é falta de conhecimento, conflito de interesses, luta de classes e batalha pelo Poder Político. O Acordo Smithsoniano para adotar taxas de câmbio flutuantes foi convocado para resolver o colapso das taxas fixas de câmbio (adjustable peg), que existiam desde a Conferência de Bretton Woods, em 1944, engessando o comércio internacional e inviabilizando o equilíbrio das operações em transações correntes do balanço de pagamentos, gerando déficit permanente em conta corrente, contribuindo para gerar a crise fiscal e em seguida a crise econômica. Com este mecanismo corrige-se o déficit.

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