Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Esta capacidade empírica de analisar a conjuntura é que me faz admirar a inteligência do Lula. Mesmo sem um diploma de economia e sem conhecer termos técnicos é capaz de compreender os fenômenos econômicos. De fato o rebaixamento da nota do Brasil ou a perda do selo de bom pagador não significa nada nos dias de hoje. Esta falta de consistência para a avaliação de risco da economia brasileira não decorre somente da falta de credibilidade das Agências, mas também da diferença de critérios e de estimativa sobre a confiabilidade da economia. Os economistas bem informados e os órgãos mais criteriosos consideram que as regras resultantes das conferências de Bretton Woods já não respondem as necessidades e realidades da economia atual, quando fazem a analogia com o crescimento e o dinamismo da economia chinesa, que não segue os acordos de Bretton Woods. Além de a economia chinesa ser a primeira ou segunda economia mundial, dependendo do critério adotado pelos órgãos da ONU, apresenta a maior taxa crescimento entre todas as economias. Este fato demonstra a veracidade do pensamento de Lula quando expressa: “Significa que, apenas, a gente não pode fazer o que eles querem. A gente tem que fazer o que a gente quer”. Nós já temos experiências positivas suficientes para construirmos o nosso próprio caminho, como fez a China. Respeitar os acordos internacionais é importante, mas requer sabedoria para romper quando necessário, como fez os EUA em 1971, ao deixar o padrão de forma unilateral e há pouco tempo reduzindo o valor do Dólar sem considerar o acordo de Acordo Smithsoniano. Fazer uma política econômica em prejuízo do Brasil e dos brasileiros apenas para cumprir acordos é suicídio. Se a avaliação de risco emitida pelas agências de classificação fosse determinante para os investimentos a África e o Leste europeu não teriam investimentos. O Japão, Portugal, Espanha e Grécia desapareciam do mata de investimentos, sem considerar a situação crítica de todos os países. As agências avaliam os riscos para orientar o investimento e não para impedir que ocorra. O investidor, pessoa jurídica, é um ente que vive e ganha com o risco. Não seria uma agência de prognósticos que lhes diriam onde e como investir. Se assim fosse as próprias agências seriam investidores, pois ganhariam mais do que fazendo projeções sobre risco de crédito. A pessoa jurídica que inste tem sua própria avaliação. Esta é uma baboseira de quem não sabe sequer identificar corretamente o investidor. Jornalista é um desses desinformados que considera o cidadão pessoa física como investidor, quando só quem tem direito legal de investir é a pessoa jurídica, verdadeiro investido, que usa o dinheiro de cidadãos para fazer investimentos. Em outras palavras, o investidor é pessoa jurídica que utiliza a poupança do cidadão, das famílias, das empresas e do governo para fazer investimentos. Para avaliar a importância dessas agências de avaliação de risco é só pesquisar o quanto os investidores perderam dinheiro ou deixaram de ganhar pelo mundo afora. O risco é característica inseparável, própria do investimento. Não se investe com segurança de retorno. Não existe esta possibilidade. E quanto maior o risco maior os ganhos, portanto atrai o investidor profissional porque oferece maiores ganhos. A segurança em investimento só existe quando se quer desviar dinheiro público com respaldo legal, como faz as PPPs - Parcerias Público-Privadas. É o patrimonialismo (a não distinção entre a esfera pública e a esfera particular, por parte dos governantes e administradores) disfarçado. A parceria ocorre quando o setor privado projeta, financia, executa e opera uma determinada obra/serviço, objetivando o atendimento de uma demanda social e como contraprestação, o setor público paga. Tudo que Lula contesta do receituário dessas agências também é contestado pelos economistas mais qualificados. Para eles o arrocho, cujo único resultado positivo é a redução temporária da inflação, porque nem para controle da inflação serve só causa danos sociais. Este não é o objetivo da economia nem dos economistas.
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