sexta-feira, 17 de abril de 2015

Os passos do ajuste fiscal e o adiamento do sonho | GGN

Os passos do ajuste fiscal e o adiamento do sonho | GGN

Um comentário:

  1. Realmente aqueles que pensam em criar uma economia equilibrada com taxas de juros compatíveis com as praticadas em países desenvolvidos só podem estar sonhando. Este é um sonho criado e alimentado por neoliberais e heterodoxos, sem qualquer sustentação técnica ou científica. O equilíbrio econômico foi a regra estabelecida nos últimos anos para que a economia brasileira pudesse crescer de forma permanente e sustentável. Este equilíbrio só foi quebrado a partir da crise financeira internacional de 2007/08 porque foi assim para todas as economias mundiais, sem exceção. Umas apresentaram um desequilíbrio maior e outras economias desequilíbrios menores, mas todos sofreram desequilíbrio, a própria economia dos EUA está em desequilíbrio até hoje. O equilíbrio econômico retornará com esta facilidade porque a política anticíclica e as ações para atenuar a crise financeira internacional foram bem sucedidas e compatíveis com a nossa capacidade econômica. No entanto, um equilíbrio com taxas de juros, isto é, valor da moeda, compatível com as praticadas em países desenvolvidos é impossível enquanto a nossa moeda estiver atrelada as moedas fores, ou seja, de países desenvolvidos para efeito de negócios internacionais por uma razão técnica. Considerando que esta crise financeira é irreversível e que o padrão monetário, assim como, uma nova ordem econômica é imprescindível o Brasil terá as condições para reconstruir a sua política de juros. Dessa forma, poderemos sonhar com uma nova política de taxas de juros compatíveis com as praticadas pelos atuais países desenvolvidos em todas as economias mundiais, inclusive a brasileira. Mais isto é futuro. E para isto é preciso criar as bases de uma nova ordem monetária internacional, que fatalmente virá. Hoje, não podemos pensar neste equilíbrio das taxas de juros em razão do peso monetário de cada moeda para o mercado internacional. Atualmente, isto não é sonho, é ilusão! “O que leva as nações latino-americanas a esses movimentos pendulares sucessivos?”. A resposta está nos trabalhos desenvolvidos por Celso Furtado desde 1959 e neste início de século por Thomas Piketty no seu livro O capitalismo do século XXI. As dificuldades no campo dos juros, spreads, financiamento externo, swaps cambiais e orçamentários não tem uma relação simplista com “a falta de um pensamento macroeconômico sistematizado”. Isto não invalida a verdade dita sobre a prática da desinformação sobre ciências econômicas disseminadas pela dupla mercado-mídia para manter o domínio e seus interesses. Esta desinformação leva a crença de que: “as atitudes atabalhoadas, a maldição do voluntarismo tipicamente do continente e a falta de limites institucionais a experimentalismos” são responsáveis pelas nossas dificuldades econômicas para corrigir as desigualdades e desenvolver as economias subdesenvolvidas. Só o verdadeiro conhecimento científico liberta e constrói, acabando com as falsas ideias, como: “É todo esse conjunto de vulnerabilidades culturais e institucionais que leva uma presidente a chegar ao feito de uma Selic a 7,5% e, depois, piscar ao primeiro sinal de uma inflação que nada tinha a ver com a demanda”. O buraco é mais embaixo. Para localizá-lo, mesmo que não entenda por ser um assunto científico, é indispensável ler pelo menos: Celso Furtado, Thomas Piketty e Paul Krugman.

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