Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
quarta-feira, 8 de abril de 2015
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A propaganda, a publicidade e as falácias do grupo de consultoria gerencial “Gerdau” induziu a maioria dos gestores não habilitados ou sem as qualificações necessárias para o desenvolvimento de políticas de gestão pública a acreditarem que a solução dos problemas de gestão pública no Brasil seria dada pela aplicação de métodos de gestão da iniciativa privada aos processos e procedimentos do serviço público. O compartilhamento da experiência de estratégia e gestão adquirida pela administração do grupo Gerdau ao longo das últimas décadas não poderia dar certo quando aplicada ao serviço público por uma razão muito simples: As regras e normas que condicionam as diretrizes da gestão pública tem uma legislação específica, Direito Público, que difere da legislação adotada pelo Direito Empresarial brasileiro. A falta de conhecimento técnico e científico do profissional brasileiro leva a erros elementares porque os projetos passam a se administrados e gerenciados com base na prática, ou seja, pelo método de tentativa e erro. Este é um processo gerencial de altíssimo custo e de poucos acertos. É basicamente o que a assessoria do governo de Minas aceitou como solução dos seus problemas. Este método é o mais aplicado em gestão no Brasil. Existe até a disseminação deste método, como faz o Sérgio Biagi Gregório do Centro Espírita Ismael, que divulga tal método extraindo dados de WOOD, Larry E. Estratégias do Pensamento: Técnicas de Aptidão Mental. Tradução de Claudia C. Duarte. São Paulo: Círculo do Livro, 1997. É um pensamento excêntrico, sem qualquer base científica, mas plenamente aceito e difundido pelos nossos magnânimos gestores brasileiros. Por esta razão, não poderia dar certo em Minas ou em qualquer outro estado brasileiro. Muitos tentaram e outros tantos continuarão tentando, mas o resultado será sempre frustrante, embora a propaganda e a publicidade enalteçam a efetividade, nunca comprovada, do Método de Tentativa e Erro. Nas oportunidades que presenciei trabalhos ou palestras dos grandes pregadores e operadores do choque de gestão no Brasil tive o desprazer e a frustração de constatar a falácia e o sofisma que fundamentavam esta “doutrina”. É fácil identificar a charlatanice que se esconde por trás da doutrina do choque de gestão ao se confirmar que os pregadores e operadores são incapazes de compreender sequer os conceitos de administração e gestão, especialmente a diferença que existe entre as necessidades e objetivos de uma gestão pública e da gestão aplicada às entidades privadas. A Governança corporativa, por exemplo, não pode ser aplicada aos órgãos de governo porque estes estão sujeitos à fiscalização de uma Câmara de Vereadores, Assembleia de Deputados ou a Congresso Nacional enquanto que a empresa privada é fiscalizada por outras entidades e, portanto, por outros meios, regras e leis. A Governança Corporativa é Conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada. O termo inclui também o estudo sobre as relações entre os diversos atores envolvidos (os stakeholders) e os objetivos pelos quais a empresa se orienta. Os principais atores tipicamente são os acionistas, a alta administração e o conselho de administração. Outros participantes da governança corporativa incluem os funcionários, fornecedores, clientes, bancos e outros credores, instituições reguladoras (como a CVM, o Banco Central, etc.) e a comunidade em geral. Como podemos constatar estas regras não condiz com o Direito Público em sua plenitude, portanto aplicar a gestão privada ao setor público é fazer um arranjo de péssima qualidade. É preciso conhecimento e experiência, que vão além do setor privado, para propor e fazer uma gestão pública. Nunca acreditei naquela publicidade do Choque de Gestão em Minas Gerais porque a base não era sustentável, embora continue fazendo escola.
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