segunda-feira, 20 de abril de 2015

A quem encanta a terceirização? - Blog de Jamildo

A quem encanta a terceirização? - Blog de Jamildo

Um comentário:

  1. Não acredito que a terceirização encante apenas porque os maus empregadores “desejam a redução de salários, com precariedade das condições de trabalho, a fragilização da condição humana do trabalhador, com a destruição das possibilidades de resistência e criação de obstáculos para a sua organização coletiva, inadmissível em pleno século XXI e num Estado Democrático de Direito. A formação e estruturação do nosso capitalismo e dos nossos empresários é selvagem ou escravista. Portanto, o que o nosso empresariado vê em todo e qualquer negócio é o seu lucro, com requinte de perversidade, que segundo este mesmo empresariado foi descrito e proposto por Smith. Fato que não condiz com a verdade e nem com as mudanças dos processos de produção, distribuição e consumo da sociedade. Smith desenvolveu o seu pensamento em uma outra estrutura produtiva e de negócios, onde havia pessoas que não eram incorporadas ao mercado de trabalho como, por exemplo, os vassalos. Dessa forma, não possuíam renda para consumo próprio, ocorrência que levou Smith a considerar tal trabalho como improdutivo. Este trabalho improdutivo hoje já não existe porque todo e qualquer trabalho na atual conjuntura capitalismo gera renda e, portanto, consumo que induz ao crescimento da produção e do consumo, tornando-se produtivo. Além disso, o Smith defendia a Teoria dos Sentimentos Morais. Sentimento que Mandeville, 1988, expôs da seguinte forma: “É visível, portanto, que não foi qualquer religião pagã ou outra superstição idólatra que, pela primeira vez, instigou o homem a contrariar seus apetites e a subjugar suas mais caras inclinações, mas sim o governo habilidoso de políticos prudentes. E quanto mais intimamente buscarmos na natureza humana, mais nos convenceremos de que as virtudes morais são a prole política que a lisonja gerou no orgulho”. É imprescindível que os políticos prudente contrariem o apetites selvagem do nosso empresariado que buscam na terceirização um lucro demasiado, decorrente da criação de empresas para fornecer o trabalho terceirizado que indireta e inevitavelmente serão de sua propriedade para satisfazer as suas mais caras inclinações, retirando do trabalhador parte dos seus salários para permitir o lucros das empresas terceirizadas e dos acionistas das empresas contratantes os dividendos que resultariam de seus lucros maiores, isto porque, se no curto prazo as despesas com a contração das empresas terceirizadas não aumentar os custos da contratante, fatalmente no longo prazo isto ocorrerá para permitir o aumento dos lucros das empresas terceirizadas. Com isto, os grandes perdedores com a aprovação da terceirização da mão de obra serão os trabalhadores e os acionistas, que sem informações apropriadas estarão contribuindo para o aumento dos lucros dos empresários via redução dos salários e diminuição dos dividendos. Embora neguem que Charles de Gaulle tenha dito que: “O Brasil não é um país sério.”, temos a cada dia um exemplo de que esta frase faz muito sentido. O Brasil precisa considerar o que disse Charles de Gaulle, inclusive sobre a política: "A política é um assunto sério demais para deixar com os políticos.".

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