Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Esta é uma proposta que parece ter o DNA da postergação para consolidar um golpe. Este filme, já foi assistido pelos brasileiros. Em 1961, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, eleito com o discurso de que livraria o país da corrupção, os velhos golpistas promoveram uma crise política no país. Na época, grupos de oposição mais conservadores não aceitaram que o vice-presidente João Goulart tomasse posse, sob a alegação de que ele tinha tendências políticas esquerdistas. Setores sociais e políticos que apoiavam João Goulart iniciaram um movimento de resistência. No Congresso Nacional, os líderes políticos, juntamente com os golpistas, negociaram uma saída para a crise. A solução foi o estabelecer o regime parlamentarista de governo, que vigorou por dois anos, reduzindo os poderes constitucionais do Presidente. Em apenas16 meses, João Goulart teve três primeiros-ministros: Tancredo Neves, Brochado da Rocha e Hermes Lima sem que a crise fosse debelada. Em 6 de janeiro de 1963, o povo foi às urnas, decidindo por retornar ao presidencialismo. Com a continuidade dos conflitos políticos e sociais o governo acabou sendo derrubado e o presidente destituído, instalando-se um governo de exceção em março de 1964, que uns consideram resultante de golpe e outros de revolução. O fato é que o objetivo dos golpistas, que mantinham a crise política dentro do Congresso Nacional, com conseqüências sociais e econômicas desfavoráveis, foi alcançado com a derrubada do governo de João Goulat. Esta proposta de simiparlamentarismo serviria apenas para dar mais tempo aos golpistas no intuito de promover mais calúnias e ódio, resultando no golpe político ou na intervenção militar, conforme determina a Constituição Federal. Caso houvesse alguma verdade nesses argumentos para a instalação de mais um regime parlamentarista no Brasil, deveríamos ter a reforma tributária, que atribuição do Congresso, já encaminhada e aprovada há muito tempo porque é do interesse deste e de governos anteriores. A manipulação e o jogo de palavras não excluem a realidade que impera no pensamento golpista, consolidado na memória política de brasileiros que vêem no Golpe de Estado o instrumento de solução para os problemas políticos e é reverenciado pelos oportunistas, especuladores e ditadores de plantão. Pois, não existe na história universal nenhum caso onde a ditadura tenha resolvido os conflitos políticos e, muito menos, as dificuldades econômicas. Esta é a razão principal pela qual a democracia tem-se mantido como regime político de maior aceitação pelas nações do mundo civilizado. Portanto, não se pode aceitar essa podridão inútil ou inadequação com a realidade brasileira.
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