terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Com Barbosa, Dilma cai numa armadilha | Blog do Kennedy

Com Barbosa, Dilma cai numa armadilha | Blog do Kennedy

Um comentário:

  1. Jornalista costuma falar de assunto técnico-científico usando conceitos e significados de palavras mediante o uso de dicionário popular. Este, por exemplo, fala de ortodoxia econômica sem saber o que de fato significa. Diz: “Vai ter de pagar um pedágio extra, mostrando-se mais ortodoxa...”, como se Levy tivesse sido ortodoxo. Levy tinha como base a teoria do crescimento econômico e para isto foi nomeado ministro da fazenda, portanto contrário a ortodoxia econômica que tem como base a teoria marginalista, que tira conclusões sobre os grandes agregados econômicos a partir de microanálises e por isto ficou ultrapassada e inviável para resolver na prática os problemas macroeconômicos ou econômicos da globalização. Os economistas ortodoxos distorcerem a realidade pelo uso de modelos puramente teóricos e matemáticos, não levando em conta o ambiente institucional que envolve a economia. Não tem a economia aplicada como método para o conhecimento das Ciências Econômicas. Immanuel Kant afirmava: “Mas se é verdade que os conhecimentos deri¬vam da experiência, alguns há, no entanto, que não têm essa origem exclusiva, pois poderemos admitir que o nosso conhecimento empírico fosse um composto daquilo que recebemos das impres¬sões e daquilo que a nossa faculdade cognoscitiva lhe adiciona (estimulada somente pelas impres¬sões dos sentidos); aditamento que propria¬mente não distinguimos senão MEDIANTE UMA LONGA PRÁTICA que nos habilite a separar esses dois elementos”. Por ignorar esta verdade os ortodoxos soçobraram e não existem para o mundo real. As economias do mundo ocidental não aplicam mais os métodos ortodoxos. Só o sistema financeiro continua bradando pela irracionalidade em defesa dos seus interesses mesquinhos, que busca expropriar a economia real. Por esta ignorância é que o sistema financeiro entrou em crise desde o anos de 2007 e não conseguiu sair até hoje. Keynes tinha formação marginalista, mas rompeu com os preceitos ortodoxos, elaborando as suas teorias da renda, consumo e investimento a partir da prática de comportamentos sociais, e não de peculiaridades individuais ou puramente matemáticas, embora utilizasse a matemática para construir as suas teorias. Foi assim que resolveu os problemas da Grande Depressão. O jornalista confunde ortodoxia econômica com ortodoxia cristã, onde todas as normas tradicionais da igreja são rigorosamente seguidas. Religião é fé, é metafísica. Economia está entre as ciências humanas (também diferente de ciências sociais) para que a Academia possa pesquisar e limitar esse estudo as áreas afins. A economia busca estabelecer a utilidade dos bens em relação ao ser humano. Não é uma ferramenta apenas para calcular índices e preços de venda de bens e serviços. Tem como finalidade distribuir os recursos finitos em meio a intermináveis necessidades humanas de maneira que se obtenha o máximo de saciedade e satisfação. Para isto, é preciso se considerar as verdades empíricas e históricas. Sem a pesquisa científica e a análise metódica das práticas econômicas não há Ciências Econômicas. A ortodoxia econômica não é suficiente nem necessária para o sucesso de uma política econômica, como demonstrou os economistas de Cambridge, berço do pensamento ortodoxo, que refutaram os preceitos básicos da teoria marginalista. Tais economistas passaram a enfatizar a análise macroeconômica, em contraste com as análises microeconômicas baseadas na utilidade marginal. Os leigos e os analfabetos funcionais deveriam ser proibidos de escreverem pensamentos próprios sobre ciências. Somente em países subdesenvolvido e no Brasil se discute ainda a aplicação do pensamento ortodoxo à economia real.

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