Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Não entendo como o delator, Costa, pode explicar ao Ministério Público a dinâmica das eleições no Brasil. Este processo é do conhecimento de todos há séculos. Eu mesmo descobrir isto ainda quando criança porque meu pai era aficionado e participava ativamente de política, mas não me queria ver na política e minha mãe detestava o metiê político porque só trazia transtorno e tristeza para a família. Ele costumava dizer que em política só existia pessoas honestas e os cargos públicos eram dados por mérito e competência. Quando o meu pai dizia que ia se candidatar, a minha mãe ameaçava deixa-lo. Por estas razões, procurei me inteirar dos processos de campanha política e dos métodos do exercício partidário e só encontrei coisa do tipo que o delator está denunciando. Constatei, inclusive, que era do conhecimento da maioria das autoridades que deveriam fiscalizar todo o processo político, no entanto todos se fingiam de mortos e de desenformados. Certa vez em conversa com um político, durante uma campanha política, ele pediu licença ao grupo, dizendo que precisava sair para conseguir o financiamento para a sua campanha e para isto teria de extorquir empresários porque ninguém dá dinheiro de graça, mas como tinha vergonha de fazer a extorsão estava levando a sua secretária para ajudar. Depois acabou deixando a política, mesmo sendo eleito. Vamos iniciar um novo processo com responsabilidade e seriedade sem subterfúgio ou sinal de desconhecimento das práticas e tradições da política brasileira. O empresário Antônio Ermírio de Moraes deixou de ser candidato a presidência da República denunciando as tentativas de chantagem. O Pelé deixou o ministério dos esportes denunciando os lobistas que tentavam chantageá-lo. São muitos os exemplos. Os mais desinformados sobre as práticas e tradições da política brasileira já ouviram comentários e exemplos sobre as práticas políticas dos coronéis do asfalto e do interior. Logo, ninguém desconhece as práticas e os costumes da política brasileira. Sendo assim, não se pode, rigorosamente, classifica-los como crime porque mesmo ferindo as normas legais são legítimos por serem praticados desde a primeira eleição no Brasil. São fatos e costumes históricos que a lei não alcança. Devemos construir as novas bases políticas de forma transparente e oficializar estas práticas e estes costumes como crime para então punir de fato e de direito quem os praticar. A aplicação da lei para uns e a permissão para o não cumprimento das regras para outros não pode por fim as nossas tradições políticas, que todos condenam quando os outros praticam. Estes costumes e tradições vieram com a construção política fomentada, dirigida e financiada pelos aristocratas brasileiros com a instalação da República, em defesa dos seus interesses políticos. Agora com a ascensão da classe média baixa e da classe pobre aos poder político é natural que as elites queiram mudar as práticas que não lhes favorecem mais, mas esta mudança não pode ser de forma violenta, punindo apenas os mais fracos e excluindo os Aristocratas e seus partidos. Deve-se considerar que estes atos de corrupção e de financiamento irregular de campanhas políticas eram aceitos até que a classes populares chegassem ao poder, afinal como disse J. Pierpont Morgan: “Em geral, um homem tem duas razões para fazer uma coisa qualquer: uma razão que parece boa e outra, a real”. Sendo assim vamos fazer com as mudanças com base na razão real sem golpes para manter os benefícios da Aristocracia em detrimento dos interesses legítimos das classes menos favorecidas. A solução é fazer um novo pacto social e político ou a guerra.
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