quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Nenhum governo resiste ao vácuo de poder | GGN

Nenhum governo resiste ao vácuo de poder | GGN

Um comentário:

  1. Equívocos naturais do amadorismo brasileiro. Outro dia quase morro de rir com o belo exemplo do altíssimo grau de profissionalismo no Brasil. Li, através da mídia, portanto não é informação de confiança, que o ministro da indústria e comércio procurou o ministro da fazendo para contestar, ou melhor, ensinar como fazer política cambial. Disse a mídia que o ministro da indústria e comércio havia repassado para o ministro da fazendo que a política cambial não deveria servir para controlar a inflação. Sendo verdade, este fato demonstra e comprova o altíssimo nível de profissionalismo no Brasil. É possível perceber que é comum encontrar crianças brasileiras de cinco ou seis anos especialistas em toda e qualquer profissão técnica. Isto permite que um ministro da indústria e comércio ensine ao ministro da fazenda, com doutorado em finanças, a fazer política cambial e admite que o ministro da fazenda instrua o ministro da indústria e comércio como proceder para dar competitividade as indústrias brasileiras. É um verdadeiro sobressalto. É uma lição para o mundo. Diante deste alto grau de especialização profissional é possível aceitar um pequeno equivoco como esta análise apresenta. Vejamos: Ao dizer “Criou-se um problema a mais em um cenário já complexo, com problemas fiscais, economia estagnada, contas externas deficitárias, o desemprego começando a se apresentar.” Fica sugerido que a atual conjuntura é decorrente de erro de gestão pública. Para perceber claramente o tamanho do equívoco basta fazer uma breve leitura da conjuntura política e econômica pelos países no mundo inteiro. Fazendo isto, qualquer leigo poderá, com um pouco de acuidade, perceber que o problema a mais é regra em qualquer regime presidencialista, onde a oposição atua de forma sistemática para denegrir o governo, ou seja, o Poder Executivo. Seguindo esta análise, evidencia-se a sequencia dos equívocos com a apresentação do cenário complexo. O cenário dito “já complexo” é também uma regra por ser a política fiscal um problema a ser administrado por todo e qualquer governo, a exceção seria uma política fiscal equilibrada ou positiva, isto nem na Suíça. O equilíbrio fiscal é sempre um processo em construção para qualquer governo no mundo. Economia estagnada também é regra inercial, em razão da tendência ao desequilíbrio sistêmico, a solução está na economia em crescimento. Contas externas deficitárias é praxe porque nenhum país deseja vender menos do que comprar ou coisa que o valha. O desemprego é sistêmico para que a economia possa ser direcionada ao equilíbrio, portanto o resultado positivo é relativo ao patamar de equilíbrio. Em fim, economia é escassez e, portanto, problema a ser resolvido, É sempre assim. Não existe economia estável ou equilibrada que requeira manutenção ou adequação. O princípio é partir sempre do problema para buscar a solução. No entanto, para isto é preciso ter uma equipe habilitada e qualificada. Esta questão é que deve ser analisada. Com relação a Diretoria da Petrobras o que se precisa considerar é o fato de ser uma empresa que não depende do mercado, pelo contrário é o mercado que depende da Petrobras. Então, para que tantas considerações. Para não ficar dúvida quanto a esta afirmação basta dizer que se a Petrobras suspender a sua produção por um ano o mercado para e todos que lá estão quebram e a Petrobrás voltará a funcionar normalmente com ainda mais poder frente ao mercado. Estamos falando do ouro negro. Esta é uma mercadoria tão valorizada quanto o ouro, metal amarelo. Referindo ao processo de decisão é preciso fazer uma ressalva. É próprio de o profissionalismo brasileiro decidir com rapidez, um tanto diferente do processo japonês ou de qualquer processo de decisão coerente, mas trata-se de mais uma virtude brasileira. O tempo é necessário para uma decisão coerente, não é charme. Uma decisão coerente requer o máximo de informação e uma minuciosa análise dos prós e contras da decisão a ser tomada. Não é fácil ao brasileiro.

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