sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

IBGE | Sala de imprensa | notícias | Em dezembro, setor de Serviços cresce 4,2% e acumula 6,0% em 2014

IBGE | Sala de imprensa | notícias | Em dezembro, setor de Serviços cresce 4,2% e acumula 6,0% em 2014

Um comentário:

  1. Senhores! Quando assisto ou leio os jornais da mídia brasileira (especialmente o Jornal Nacional), fico preocupado como profissional em razão da propaganda e da desinformação sobre economia levadas a sociedade e para poder avaliar o mal que possam causar ao sistema econômico e a nação brasileira. Sempre constato que o jornalismo sobre economia é precário e de tendência à propaganda negativa. Há ocasiões, como hoje, que as informações deixam de ser duvidosas para ser incertas e engraçadas. O “economista” convidado, hoje, para falar sobre o setor serviços, demonstrou um nível de ignorância primário. Vejam só: Todos nós aprendemos ainda no primeiro grau, antigo grau primário, que não se pode juntar banana e laranja, por exemplo, para realizar uma soma, porque distorce a lógica matemática. Apesar deste conhecimento primário o tal especialista utilizou o resultado do IBGE que diz: “Em 2014, o setor acumulou crescimento nominal de 6,0%, a menor taxa para este indicador desde o início da série (2012)”, que se refere aos Indicadores de Receita Nominal do Setor de Serviços, Segundo Grupos de Atividades, para avaliar o crescimento do setor, cometendo o mesmo erro dos estatísticos do IBGE, embora este órgão deixe claro que se trata de Receita Nominal. Assim, o profissional experiente entende que o IBGE está avaliando o crescimento da receita e não do setor. O Estatístico pode cometer este tipo de erro por fazer contas sem seguir a lógica econômica, mas um economista não pode cometer esta asneira. Não há lógica em analisar o crescimento econômico de um setor da economia com base na Receita Nominal. Este indicador diz tão somente que a receita de 2014 foi menor, mas não pode expressar o crescimento do setor. Isto quando é feito demonstra apenas a ignorância do analista. É impossível comparar receita e crescimento do setor serviço. Este erro é o mesmo que os “especialistas” da rede globo cometem quando afirmam que a Petrobras não cresceu porque a receita de 2014 decresceu sem considerar o aumento da produção. Eles são incapazes de entender ou compreender que o crescimento da empresa ou de um setor é expresso pelo produto ou produção anual. A receita expõe o lucro ou prejuízo contábil de caixa, porque reflete a diferença entre receita e despesa em determinado ano. Sendo assim, o economista avaliou o crescimento de forma errada porque avaliou a receita de anos diferentes para definir crescimento do setor, logo o que poderia afirmar desta análise é que a receita do setor foi menor do que a inflação, identificando que houve uma perda de receita quando desconta a inflação, mas não o crescimento. Pode parecer que é a mesma coisa para o leigo, porém há uma enorme diferença. A receita menor pode ser superada no ano seguinte se houver crescimento do setor. Caso contrário o setor pode entrar em recessão e criar dificuldades para a manutenção do emprego e da produção, coisa que não acontece apenas com a queda da receita. Sei que é preciso fazer um pouco de esforço mental para entender esta lógica econômica, mas se fosse fácil todos seriam economistas. Com um pouco de inteligência e esforço para reflexão não haverá dificuldade para compreender o erro do “economista especialista” do Jornal Nacional. Não basta ler, é preciso entender. Caso contrário não adianta saber ler. “Os tolos leem um livro, e não o entendem; os espíritos medíocres pensam entendê-lo perfeitamente; os grandes espíritos às vezes não o entendem de todo; acham o que é obscuro, obscuro, como acham claro o que está claro. Os espíritos “brilhantes” querem achar obscuro o que não o é, e não entender o que é muito inteligível” - La Bruyère. Desta forma, os jornais por interesse financeiros da propaganda, ignorância dos seus convidados ou falta de capacidade profissional dos redatores acabam por prejudicar a economia, com falsos indicadores e avaliações, que interferem negativamente nas tendências e resultados do sistema econômico, causando danos para toda a sociedade e para o Estado.

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