quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O problema econômico é da doutora - 26/11/2014 - Elio Gaspari - Colunistas - Folha de S.Paulo

O problema econômico é da doutora - 26/11/2014 - Elio Gaspari - Colunistas - Folha de S.Paulo

Um comentário:

  1. Senhores. Para fazer uma análise consistente e com fundamento é preciso conhecer o assunto. Por esta razão esta análise é sofrível. Vejamos: O Pedro Malan não seguia as diretrizes do governo? Claro que seguia, alias obedecia sem reclamar ou contestar. Esta foi à razão pela qual o Clóvis Carvalho deixou o governo antes do Malan. O que o analista desconhece ou finge desconhecer é que o governo havia reformulado as diretrizes em razão das exigências do governo dos EUA para afiançar o empréstimo do FMI ao Brasil. Não havia condições econômicas ou financeiras que dessem um mínimo de garantia para o empréstimo que o Brasil pedia ao FMI. Neste caso, o Tesouro Americano recomendou ao governo dos EUA que desse o garantia para que o Brasil pudesse receber o empréstimo do FMI, mas na condição de que as regras definidas pelo FMI fossem monitoradas e respaldadas pelo secretário do Tesouro dos EUA e cumpridas fielmente pelo Brasil. Não havia espaço para qualquer contestação ou diálogo técnico. Outro erro sofrível nesta análise é confundir problemas de gestão da política econômica com anormalidade econômica. Um profissional qualificado e sério em análise de política econômica verifica que há necessidade constante de ajustes na gestão da política econômica brasileira em razão da crise financeira pela qual passam as economias dos países desenvolvidos, parceiros comerciais do Brasil. A crise financeira internacional afeta o Balanço de pagamentos do país e, em consequência, há uma necessidade imperativa para os ajustes permanentes, que difere de um colapso econômico no Brasil ou na aplicação de uma política econômica catastrófica. Um analista profissional e qualificado em Ciências Econômicas, excluindo-se os charlatões com ou sem título de pós-graduação, constata com muita facilidade que: Problemas econômicos são da natureza da execução de qualquer política econômica, porque a economia como base estruturante da sociedade é dinâmica. Sendo assim, sempre que se resolve um problema, imediatamente surge outro ou outros em decorrência da decisão anterior. Exemplo: Ao implantar política para aumentar a produção cria-se um problema de demanda e vice versa. O trabalho do profissional de economia, através dos princípios econômicos, é procurar constantemente o equilíbrio da economia em decorrência dessa permanente contradição entre as ações de política econômica. tais problemas não caracterizam erros da política econômica. Para quem desconhece os princípios de economia, a lógica comum tende a acreditar que existe erro ou crise quando percebe um problema econômico. A crise econômica ou erro é constatado pelos resultados econômicos ao final de cada projeto ou exercício. No caso do Brasil não há um resultado econômico ruim, quando temos pleno emprego e crescimento da renda, elementos prioritários na avaliação do sistema econômico. Além disso, o crescimento deverá será positivo, independente da taxa desejada acontece uma redistribuição de renda para assegurar o crescimento econômico; a inflação se mantém dentro da meta, mesmo que no limite; há estabilidade no balanço de pagamentos, ainda que apresente algumas contas em dificuldade; todos os mercados, até mesmo o financeiro, estão sob controle, não havendo monopólio ou cartel atuando livremente em detrimento do consumidor e a distribuição de renda real está mais equitativa, na medida em que há subsídio para a oferta de bens e serviços e a política tributária vem sendo ajustada para manter a redistribuição de renda e as políticas sociais. O fato da gestão ou equipe econômica não equilibrar todos os objetivos da política econômica ao mesmo tempo para assim evitar conflitos, como por exemplo: permitir uma taxa de inflação no limite superior da meta para evitar recessão, não significa que a política econômica esteja errada ou descontrolada. O ideal seria ter a taxa no limite inferior. Porém, em economia os gestores precisam respeitar a realidade para manter o equilíbrio nacional e internacional.

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