quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Diálogo e conflito em favor do Brasil

Diálogo e conflito em favor do Brasil

Um comentário:

  1. O que estamos assistindo hoje na política brasileira não é novidade para a humanidade. O conflito de interesse não nasceu com a chegada do PT ao governo. A diferença está na formação de um grupo político capaz de equilibrar os conflitos de interesse, que põe por fim as intervenções militares nas sociedades ditas civilizadas. Fazendo uma busca na história universal é possível verificar que os conflitos de interesse foram resolvidos em sua maioria pela força das armas. Este não é um privilégio do Brasil. A criação do Estado foi no sentido de criar uma força capaz de por ordem e equilíbrio nos conflitos de interesse. Não se tem mais a luta tribal, onde a violência era praticada sem limites para resolver conflitos de interesse. Com a formação do Estado até as guerras entre nações para resolver conflitos de interesse passaram a ter regras. Segundo Hobbes: “O Estado deve ser soberano perante os homens, visto que eles são maus por natureza, dominados por paixões, desejos, egoísmo, ou seja, o homem é lobo de si mesmo, para que o Estado de natureza, composto por barbárie, não seja retomado.” O nosso problema é que ainda estamos na formação de regras democráticas para manter a estabilidade do Estado de Direito. Mas, já avançamos bastante apesar da desfaçatez do brasileiro quando o assunto é preconceito e conflito de interesses. Não somos diferentes de outros povos, apenas não evoluímos o necessário para que os conflitos de interesse pudessem evoluir. Ainda estamos discutindo a justiça das políticas sociais, como Bolsa Família e o Minha Casa Minha vida. As nações mais evoluídas já superaram este estágio. Ainda estamos na fase da barbárie pré-histórica. Em razão da filosofia do cinismo e da negação devemos ter maiores dificuldades para superar conflitos por questões básicas. Considerando a formação do Estado brasileiro desde o período colonial podemos acreditar que a evolução tem sido difícil e lenta, mas contínua. Aparentemente a sociedade já não necessita da intervenção militar para resolver os seus conflitos de interesse. Este fato é relevante porque a disputa passa a ser política e, portanto, menos violenta e mais racional. Contudo, exige uma reestruturação do sistema educacional que ainda está estruturado conforme princípios de privilégios e excludentes. Os EUA apesar de ser um Estado com uma idade próxima do nosso Brasil já superou a exclusão de setores da sua sociedade ao ensino. Por exemplo: Os negros já tem as mesmas oportunidades que os brancos com relação a educação. Nós precisamos universalizar estas oportunidades para a educação brasileira, mas o avanço não foi pequeno. A radicalização política e a existência dos radicais ocorrem por conta de uma educação ainda seletiva e excludente. É fundamental que o Brasil tenha leis que imponham a formação técnica e científica como requisito essencial para a conquista de espaços na sociedade e na economia. A profissionalização é imprescindível para que possamos diminuir os conflitos de interesse básicos ou pelo menos torná-los mais civilizados com oportunidades para todos. Vencer a barbárie não é fácil nem se consegue no curto prazo porque não é do interesse dos bárbaros. A educação política é outro requisito imprescindível para que possamos ter partidos fortes e políticos profissionais, com formação qualificada para entender que situação e oposição fazem parte de um governo democrático e republicano. Enquanto os amadores estiverem na política este teatro dos horrores não poderá mudar porque o instinto das feras por sangue e comida não permite que a razão prevaleça. Os discursos da matilha são raivosos ou sanguinários, não existe coerência nem compreensão do que seja uma república democrática.

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