Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Janot, afirmou que as investigações da Lava Jato demonstram que as coalizões políticas PASSARAM a ser definidas a partir do pagamento de propina desviada da Petrobras e NÃO MAIS POR AFINIDADE PARTIDÁRIA. Vamos entender a ingenuidade do procurador ou a enorme desfaçatez. O Brasil foi obrigado e reprimido para fazer uma política de combate às ideologias, portanto nunca tivemos democracia permanente e, muito menos, a vivência com partidos políticos ideológicos na legalidade por muito tempo. Portanto, sempre se fez coalizão por afinidade ao patrimonialismo (característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado) e não partdária. Será que para ser procurador não há necessidade de conhecer a história do Brasil? Ele sabe quais foram os grupos sociais que derrubaram, com um Golpe de Estado, a Monarquia no Brasil? Ele entende como foi constituído o Poder Republicano no Brasil? Inocente até a alma. Pobre deste Brasil que tem um procurador-geral puro ou que desconhece a história da República. Provavelmente o procurar acredita que os partidos políticos no Brasil sempre foram fortes e sustentáculos da república. Onde até as crianças sabem que partidos políticos são meras ficções, sem representação política alguma, o procurador-geral fala de afinidade partidária. Pode? Ainda hoje, com o maior período democrático vivido pelo Brasil, ainda estamos buscando fazer dos partidos políticos uma instituição republicana, que esteja acima do personalismo, do patrimonialismo e dos coronéis do asfalto, o procurador ver na política dos coronéis do interior um exemplo de política realizada através da afinidade partidária. Enquanto, o eleitor voto de forma obrigatória, mediante compra de voto e imposição da força, que controla os votos de cada urna eleitoral, o procurar descobre que só agora a política no Brasil é patrimonialista e feita através da violência e da corrupção. É surpreendente o fato de um escritor e filósofo italiano, como Umberto Eco ter plena consciência de que a corrupção é uma prática natural em países do terceiro mundo desde sempre, o procurador-geral descobrir com a Lava jato que se trata de uma prática recente no Brasil. Para demonstrar o alto nível de conhecimento sobre a corrupção nas Américas do terceiro mundo, as personagens do livro ‘Número Zero’ de Umberto Eco, dizem: “-Tesouro, vamos procurar um país onde não haja segredos e tudo ocorra à luz do dia. Entre a América Central e a do Sul existe um monte. Nada escondido, todos sabem quem pertence ao cartel das drogas, quem dirige as organizações revolucionárias, você se senta no restaurante, passa um grupo de amigos e eles apresentam um sujeito como o chefão do contrabando de armas, todo bonito, barbeado e cheiroso, com aquele tipo de camisa branca engomada que se usa por fora das calças, os garçons o reverenciam senhor daqui, senhor dali, e o comandante da Guarda Civil vai homenageá-lo. São países sem mistérios, tudo ocorre à luz do dia, a polícia afirma ser corrupta por regulamento, governo e delinqüência coincidem por ditame constitucional, os bancos vivem de lavagem de dinheiro e ai de você se não levar mais dinheiro de proveniência duvidosa, tiram-lhe a licença de permanência, matam-se, mas só entre si e deixam os turistas em paz. Poderíamos encontrar trabalho em algum jornal ou em uma editora, tenho por lá uns amigos que trabalham em revistas de amizade colorida, atividade bonita e honesta, de se pensar agora, você conta umas lorotas, todos sabem que é lorota e se divertem, e aqueles cujos podres você revela já fizeram isso no dia anterior na televisão. (...). Foi assim que refutei Maia. – Amor, você não está considerando que devagarzinho a Itália também está ficando como os países de sonho onde você quer se exilar...”.
ResponderExcluir