sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A rebelião das corporações públicas | GGN

A rebelião das corporações públicas | GGN

Um comentário:

  1. Esta é uma avaliação equivocada, posso dizer até infantil. É um julgamento que expressa a total desinformação sobre a estrutura pública no Brasil. Sem incluir todos, porque bons e maus existem desde a criação do mundo, qualquer aprendiz ou estagiário, que tenha passado pelo serviço público brasileiro, sabe da existência de uma estrutura plenamente viciada desde a criação do serviço público, cujo caminho estende-se do atendente na primeira porta da repartição pública até o ‘manda-chuva’ na maioria dos casos. É um mundo onde se briga por um real, onde a roupa de grife separa quem tem de quem não tem importância naquela repartição. Isto é fundamental, imprescindível para que o tráfico de influência e outros pequenos ou grandes atos e ações tortuosos comecem ou terminem. É na defesa deste status quo que reside toda e qualquer reação, conflito e a força das corporações públicas. A ordem é inversa a que cita o Luis Nassif. Não se trata de um fenômeno generalizado de perda de controle sobre a máquina, porque este nunca existiu. O controle da máquina é e sempre foi feito pelos financiadores de campanhas políticas. A crise é apenas um reflexo da luta para manter o controle sobre a máquina. Isto tem no funcionalismo a sua expressão mais conhecida, mas a situação é alimentada por uma rede de interesses que inclui: políticos da situação e da oposição, a mídia, lobistas, etc. Não se trata de perda do controle da máquina por razões morais ou éticas. São as razões morais e éticas que dominam e sempre dominaram a máquina. Além do conhecimento é preciso que se viva o processo empírico e histórico para se avaliar um fato. A proibição do financiamento privado de campanhas é um começo para que a máquina ganhe liberdade, mas não é suficiente. A liberdade da máquina exige outras mudanças como, por exemplo, a profissionalização de todos os serviços públicos.

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