Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Um exemplo de como destruir um falso currículo. “Os intelectuais diante do mundo: engajamento e responsabilidade - “O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências. Não sou apenas objeto da História mas seu sujeito igualmente. No mundo da História, da cultura, da política, constato não para me adaptar mas para mudar”. (Paulo Freire: 1997:85-86). A realidade atualiza antigas polêmicas. A eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, marcou a revoada de renomados intelectuais aos postos abertos no aparato do Estado. Estes intelectuais não foram poupados da crítica de seus pares. Aos desavisados, poderia parecer tratar-se de um fenômeno novo. Porém, não foi a primeira, nem seria a última vez que um governante contaria com o apoio ativo da intelectualidade. A eleição do companheiro Lula inverteu a rota: intelectuais antes alojados na corte de FHC retomaram as suas funções de docentes, pesquisadores, escritores etc; estão disponíveis para suprir os meios de comunicação através de suas análises (tornaram-se críticos do poder); outros, caíram no ostracismo. Os oposicionistas de ontem, agora são governo: são os companheiros intelectuais. Mudam os governos, mudam os nomes, mas todo governo tem os seus intelectuais. Desde a antiguidade que os intelectuais se colocam a soldo dos governantes e colaboram para a conservação do poder e do status quo. [1] E, por outro lado, também sempre existiram os contestadores da ordem e do poder político vigente, os inconformistas e instabilizadores; os que construíram novas ordens e produziram novos contestadores e novos defensores da ordem. Palavra e ação, teoria e prática - O intelectual deve tomar partido diante dos dilemas do seu tempo, diante do mundo? O engajamento é próprio dos intelectuais? É lícito que o intelectual recuse a política? Ele deve se abster de participar do poder? É correto que ele assuma o papel de conselheiro do príncipe? Qual é a sua responsabilidade diante da sociedade? Sartre, modelo de intelectual engajado, celebrizou este debate ao defender que o intelectual-escritor não é neutro diante da realidade histórica e social. “O escritor “engajado” sabe que a palavra é ação: sabe que desvendar é mudar e que não se pode desvendar senão tencionando mudar”, enfatiza. (SARTRE, 1993: 20) No contexto da sociedade capitalista é impossível manter o sonho da imparcialidade diante da condição humana. Para ele, “a função do escritor é fazer com que ninguém possa ignorar o mundo e considerar-se inocente diante dele”. (Id.: 21). Porém, o intelectual tende a separar a palavra do mundo, o conceito da realidade. As palavras dissociam-se da vida real, das contradições, sofrimentos e esperanças dos que vivem o mundo. Como assinalou Paulo FREIRE: “Em última análise, tornamo-nos excelentes especialistas, num jogo intelectual muito interessante – o jogo dos conceitos! É um “balé de conceitos”. (FREIRE e SCHOR, 1986: 131). Portanto, não se trata apenas de refletir sobre o mundo, de desvendá-lo aos olhos dos incrédulos, mas de arrancar os homens e mulheres da sua consciência feliz, isto é, da sua ignorância perante o mundo e a condição humana no mundo, tencionando-os para transformá-lo. Se a palavra é ação, a ação não é contemplação. Como enfatizou MARX (1982: 03): “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo”. - Antônio Ozaí da Silva.
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