sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O que vem por aí | UOL Notícias

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Um comentário:

  1. A teoria da expropriação fundamentada em princípios e regras da teoria econômica. As ideologias políticas, especialmente de governos neoliberais, costumam induzir ao aumento da desigualdade de renda e econômica em benefícios dos privilegiados. É assim que a concentração de renda vem se aprofundando em todo o mundo. As estatísticas do banco Credit Suisse comprovam esta realidade ao constatar que desigualdade aumentou desde a crise de 2008. Os ideólogos das classes privilegiadas sabem que só a distribuição de renda permite o crescimento com desenvolvimento econômico e, portanto, a evolução sócio-econômica das sociedades. Esta verdade está consolidada pelo exemplo dos Estados Unidos que evoluiu sócio-economicamente quando promoveram a distribuição de renda e hoje estão em dificuldades financeiras e econômicas, conforme alerta o FMI, porque estão permitindo que a concentração de renda aumente. Segundo alerta feito pelo FMI em junho de 2016: "Apesar de sua expansão, os Estados Unidos enfrenta um conjunto de forças que vão pesar na permanência de um melhor bem-estar econômico". "A distribuição da riqueza e da renda está cada vez mais polarizada, e a pobreza aumentou". "Há uma necessidade urgente de atacar a pobreza". O FMI observou que um em cada sete americanos vive na pobreza e que é necessário recuperar o salário mínimo federal (atualmente de 7,25 dólares a hora) para evitar uma crise ainda maior. Quando a ideologia dos governos americanos foi no sentido de viabilizar a distribuição de renda o país tornou-se a maior economia do mundo e com a política voltada para a concentração de renda além de aumentar a pobreza e a desigualdade está perdendo a hegemonia econômica para a China. Thomas Piketty descreve a criação da curva de Kuznets de modo que é possível concluir o uso da teoria econômica, inclusive sem comprometer a ética, pelos ideólogos do poder no intuito de dominar e subjugar: Segundo essa teoria (curva de Kuznets), a desigualdade poderia ser descrita, em toda parte, por uma “curva em forma de sino”. Ou seja, ela cresce de início, alcança um pico e depois entra em declínio quando os processos de industrialização e de desenvolvimento econômico começam a avançar (...). A leitura desse texto (Economic Growth and Income Inequality) de 1955 é reveladora. Depois de lembrar aos leitores todas as razões para ter cautela na interpretação dos dados e de chamar a atenção para a importância do papel dos choques exógenos na redução da desigualdade americana, Kusznets sugere, de maneira quase ingênua, que a lógica interna do desenvolvimento econômico pode levar ao mesmo resultado, independentemente de qualquer intervenção política ou choque externo. A ideia era que a desigualdade aumenta durante as primeiras fases da industrialização, pois apenas uma minoria está em condições de se beneficiar dos ganhos iniciais do processo e, mais adiante, nas etapas mais avançadas do desenvolvimento, cai de forma automática, ou endógena, quando uma fração cada vez maior da população passa a desfrutar de crescimento econômico. (...). Ao apresentar uma análise tão otimista na palestra proferida aos economistas americanos, muito propensos a acreditar e divulgar a novidade que seu prestigiado líder trazia, Kuznets sabia da enorme influência que teria: nascia a “curva de Kuznets”. Para se assegurar de que todos tinham entendido bem do que se tratava, Kuznets preocupou-se em esclarecer que a intenção de suas previsões otimistas era simplesmente manter os países subdesenvolvidos “na órbita do mundo livre”. Em grande medida, portanto, a teoria de “curva de Kuznets” é produto da Guerra Fria. É preciso ficar atento para que os ideólogos do neoliberalismo não reproduzam no Brasil a ideia da concentração de renda como promessa de solução das dificuldades econômicas produzindo mais pobreza, miséria e baixos salários. A recessão ou baixo crescimento econômico, que não recupera nem as perdas do passado, só são bons para o sistema financeiro que lucra mais com altos juros e escassez de dinheiro.

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