quarta-feira, 19 de abril de 2017

Caso Odebrecht: Lula e eu, por Emílio Odebrecht | Brasil | EL PAÍS Brasil

Caso Odebrecht: Lula e eu, por Emílio Odebrecht | Brasil | EL PAÍS Brasil

Um comentário:

  1. Uma delação sob encomenda para subsidiar a manipulação midiática própria da guerra na luta de classes. Estamos em um Brasil dividido pelo ódio e o preconceito mediando a luta de classes. A historinha do patriarca da empreiteira é floriada com sorrisos e cinismos, começa contando: "Realmente eu tive uma empatia. Sinceramente, tive uma empatia com ele [Lula] neste dia". "Eu sei que ele não só me ajudou, como criou uma condição de eu poder ter um relação diferenciada com o sindicato na área petroquímica em particular". "Passei a ter um processo de convívio com ele quase que institucional. (...) Que tipo de empatia pode ter um empresário e um sindicalista; um de origem rica e outro de origem pobre? Fala de ajuda, talvez por pura ironia e maldade, talvez por ignorar que a negociação entre as relações trabalhista é a atribuição principal de um sindicalista. Pode ser que para ele tratasse de ajuda por ter a ideia de que o sindicalista é um baderneiro comedor de crianças, um agente da subversão, ideia natural no empresariado brasileiro, mas longe da realidade e que a finalidade única de depreciar o trabalho dos sindicatos. É uma ação de guerra premeditada. Em seguida elogia como se fosse algo estranho ao conhecimento de todos, reconhecendo a capacidade de liderança do sindicalista. Depois, faz o trabalho para desconstruir, o “inimigo” em razão da luta de classes: Segundo Odebrecht, Lula foi "muito enfático" na resposta. “Você me conhece, não precisaria nem me fazer essa pergunta, porque eu não sou de estatizar”, teria dito o então candidato à presidência. "Ele disse: 'quem manda sou eu'. Se a estrutura [partidária] pressionasse para ele mudar, eu não daria doação". (...). A prova contrária a delação está na manutenção e crescimento do monopólio estatal da Petrobras, que estava quase privatizada pelo governo anterior e as medidas de reestruturação do Estado brasileiro. As negociações políticas exigem reuniões com todos da sociedade e isso não significa adesão ou submissão, fato demonstrado nas suas lutas em favor da distribuição de renda e melhoria do salário entre outros acontecimentos. Acreditando que não era suficiente pede a ajuda de um ex-integrante do governo militar (designado para negociar a transição para o regime democrático), como fazia o Tuma filho tentando desconstruir a imagem do Lula, assim faz: “Odebrecht se permite uma digressão sobre Lula ao lembrar de Golbery de Couto e Silva, idealizador do Serviço Nacional de Informações (SNI) durante o regime militar (1964-1985). O empresário buscou Golbery para “ajudar nas questões em que eu era apertado para poder fechar um contrato em conjunto com os soviéticos em Angola”. Ele lembra que, a não ser que botasse alguém do Exército como espião, o negócio não seria viabilizado. “Conversa vai, conversa vem, e veio o negócio de Lula. E ele [Golbery] fez um negócio que me marcou. ‘Emílio, Lula não tem nada de esquerda. Ele é um bon vivant’. E é verdade. Ele gosta da vida boa, de uma cachacinha, e gosta de ver os outros, efetivamente... A coisa que ele mais quer é ver a população carente [bem]...”. Cita esta bobagem acreditando que o a sociedade não conhece a história para saber que apesar da guerra travada em nome da ideologia como forma de governo entre capitalistas e comunistas, os militares tinham pleno conhecimento de quem estava na guerra e de quem estava na luta por um país melhor independente da ideologia. Lula sempre afirmou não ter ideologia. E para pessoas assim os militares que não estavam na linha de frente da guerra ideológica tinha consciência da cidadania e via neles um patriota e não um guerrilheiro, dispensando mais humanidade do que a grande maioria dos empresários, que só desejavam beber o sangue de quem discordasse de sua cólera selvagem pela exploração do homem e de sua família. Por isso, a fala pacificadora do general Golbery independente do que Lula representava para os trabalhadores.

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