quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Comando pessoal e intransferível - Blog de Jamildo

Comando pessoal e intransferível - Blog de Jamildo

Um comentário:

  1. Luciano Siqueira. Depois de muitos anos de formação, experiência e pesquisa para compreender o porquê desta dúvida: Quem governa e quem administra? Fundamentada no sofisma da pretenciosa autonomia (sic) da independência tecnocrata para definir ajustes e medidas conexas, acabei por concluir que isto não passa de um erro produzido pelo enorme despreparo técnico, tecnológico e científico desses falsos tecnocratas. A premissa determina todos os erros subsequentes. Estes senhores da dúvida não possuem uma formação profissional capaz de dotá-los do mínimo necessário para exercer o seu ofício, porque as nossas faculdades formam profissionais de nível superior incapazes de pensar para buscar uma solução aos problemas do cotidiano provenientes de processos produtivos, políticos, culturais e sociais. São doutores das poesias, dos contos, das novelas, das crônicas, etc. Faltam-lhes os conhecimentos científico, técnico e tecnológico para a convivência com a realidade e seus problemas. Esta verdade faz-me lembrar de uma colega de faculdade que durante uma prova muito complexa faltou-lhe conhecimento para responder as questões formuladas, por isto resolveu escrever um poema como resposta, fato que lhe rendeu uma nota dez, enquanto que a segunda maior nota foi cinco. Ao perguntar como ela havia conseguido o dez a resposta foi que a poesia escrita como resposta havia agradado a professora que lhe deu dez. É uma realidade do nosso dia-a-dia, onde o falastrão, o bom orador e o escritor de sonhos e lorotas prevalecem numa sociedade de analfabetos funcionais e intelectuais sem leitura em detrimento do profissionalismo e do conhecimento científico, técnico e tecnológico. Para sustentar esta aberração há argumentos de todo tipo que vão do saber-prático, porque “na prática a teoria é diferente” até a condenação do profissional especializado por não possuir o conhecimento divino, universal e sobrenatural. Estes poetas doutores ou doutores poetas desconhecem que a formação universitária deveria lhes dar o poder para encontrar as soluções necessárias a satisfazer as necessidades da sociedade provenientes de decisões políticas, empresariais ou mesmo individuais. Não estão preparados para buscar solução pelo conhecimento científico. A solução poética, ilusória ou virtual basta-lhes para satisfazer por um breve tempo, afinal para que buscar uma solução de longo prazo? Vivemos no país das maravilhas refletidas no samba de enredo e até no hino nacional. Existe algo mais brilhante para motivar uma nação do que: “Deitado eternamente em berço esplêndido. Ao som do mar e à luz do céu profundo. Fulguras, ó Brasil, florão da América. Iluminado ao sol do Novo Mundo!”. Realidade maior para estes senhores não há. Dizer; “Ora, a presidenta (assim como os governadores) exerce o governo e suas equipes de primeiro escalão administram. Isto no sentido de que governar significa exercer uma dupla liderança – na sociedade, sobre a sua base política e social; e no governo, estabelecendo os rumos e dando a última palavra sobre todas as decisões relevantes”, não significa nada para os doutores da poesia. Democracia, legitimidade, voto universal, direito da maioria, respeito à Constituição ou coisa que o valha são meras utopias para os doutores da poesia. Eles desconhecem que as diretrizes do trabalho técnico são dadas pela legitimidade da sociedade e que aos técnicos cabe a demonstração de habilidade e qualificação para executá-lo. Como falta conhecimento, a capacidade profissional fica limitada ao que o doutor da poesia é capaz de fazer, logo a imposição tecnocrática resolve todos os problemas da falta de qualificação e do desconhecimento, legitimando os profissionais analfabetos funcionais. Assim se constrói a falsa sabedoria dos doutores da poesia. Parabéns pela sua análise. Ela demonstra que nem tudo está perdido e que ainda há cérebro neste recanto.

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