domingo, 10 de setembro de 2017

Pactos de sangue mundo afora - 10/09/2017 - Clóvis Rossi - Colunistas - Folha de S.Paulo

Pactos de sangue mundo afora - 10/09/2017 - Clóvis Rossi - Colunistas - Folha de S.Paulo

Um comentário:

  1. Este além de desqualificado é moleque. Usar a frase “pacto de sangue” para fazer uma associação entre fatos ocorridos com ministros e vice-presidente e um presidente e a sua sucessora, sem que haja uma única prova, é manipulação midiática de péssima qualidade. Que isso aconteça com jornalista esportivo é admissível, mas com jornalista que pretende se apresentar como qualificado é triste. Vejam a cópia dessa técnica de manipulação usada para o futebol: A arte de manipular multidões - EL PAÍS. A insinuação. Não é preciso usar dados falsos. Basta sugeri-los. Na insinuação, as palavras e imagens expressadas se detêm em um ponto, mas as conclusões inevitavelmente extraídas delas vão muito mais além. O emissor, entretanto, poderá se defender afirmando que só disse o que disse, que só mostrou o que mostrou. A principal técnica da insinuação na imprensa parte das justaposições: ou seja, uma ideia situada ao lado de outra sem que se explicite a relação sintática ou semântica entre ambas. Mas sua contiguidade obriga o leitor a deduzir uma ligação. Isso aconteceu em 4 de outubro de 2016 quando Iván Cuéllar, goleiro do Sporting de Gijón, saía do ônibus de sua equipe para jogar no estádio Riazor. Recebido com vaias pela torcida do La Coruña, Cuéllar parou e olhou fixamente em direção aos torcedores. A câmera só enfocou ele, o que levava à dedução de uma atitude desafiadora diante das vaias. E a situação foi apresentada dessa forma em um vídeo de um veículo de comunicação asturiano. Dessa forma, foram mostrados, justapostos, dois fatos: a torcida rival que vaiava e o jogador que olhava fixamente em direção aos torcedores. Não demorou a chegar a acusação de que Cuéllar havia sido um provocador irresponsável. Ocorreu algo que aquelas imagens não mostraram: entre os torcedores, uma pessoa havia sofrido um ataque epilético e isso chamou a atenção do goleiro do Sporting, que olhou fixamente nessa direção para comprovar que o torcedor estava sendo atendido (pelo próprio serviço médico do clube). Ao verificar que o atendimento foi feito, seguiu seu caminho. Tanto a presença dos torcedores como suas vaias e o olhar do jogador foram verdadeiros. A mensagem, entretanto, foi alterada – e, portanto, a realidade percebida – ao se justapor os acontecimentos ocultando um fato relevante. O Rossi ficou velho e não aprendeu a usar as técnicas de manipulação midiática em alto nível.

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