quinta-feira, 21 de junho de 2018

Mídia conservadora usou delações para caluniar Lula e Gleisi e agora faz jogo de cena | Brasil 247

Mídia conservadora usou delações para caluniar Lula e Gleisi e agora faz jogo de cena | Brasil 247: Durante quatro anos a mídia conservadora usou as delações premiadas para tentar destruir o PT, especialmente Lula e Gleisi Hoffmann numa sucessão infindável de manchetes; agora que o STF deu o primeiro passo para acabar com a indústria clandestina das delações, lançam editoriais para fazer uma cena à Nação sobre sua seriedade e "condenam" as ações da Lava Jato baseadas nas delações; mas até momento não informaram que Gleisi é inocente nem reconheceram o equívoco de suas manchetes

Um comentário:

  1. Esta é a mídia que tem liberdade total para dizer as suas verdades e “informar”.
    Técnicas para mentir e controlar as opiniões se aperfeiçoaram na era da pós-verdade: nada mais eficaz do que uma mentira baseada em verdades ou sutilmente envolta nelas
    ÁLEX GRIJELMO – Jornalista: Hoje em dia tudo é verificável e, portanto, não é difícil mentir. Mas, essa dificuldade pode ser superada com dois elementos básicos: A INSISTÊNCIA NA ASSEVERAÇÃO FALSA, APESAR DOS DESMENTIDOS CONFIÁVEIS; E A DESQUALIFICAÇÃO DE QUEM A CONTRADIZ.
    Quem se manifesta à margem da tese dominante recebe uma desqualificação ofensiva que serve como aviso para outros.
    A mentira sempre é arriscada, e requer formas muito potentes para sustentar-se. Por isso as técnicas de silêncio costumam ser mais eficazes: emite-se uma parte comprovável da mensagem, mas se omite outra igualmente verdadeira. Aqui estão alguns exemplos:
    A insinuação. Não é preciso usar dados falsos. Basta sugeri-los. Na insinuação, as palavras e imagens expressadas se detêm em um ponto, mas as conclusões inevitavelmente extraídas delas vão muito mais além. O emissor, entretanto, poderá se defender afirmando que só disse o que disse, que só mostrou o que mostrou. A principal técnica da insinuação na imprensa parte das justaposições: ou seja, uma ideia situada ao lado de outra sem que se explicite a relação sintática ou semântica entre ambas. Mas sua contiguidade obriga o leitor a deduzir uma ligação.
    Isso aconteceu em 4 de outubro de 2016 quando Iván Cuéllar, goleiro do Sporting de Gijón, saía do ônibus de sua equipe para jogar no estádio Riazor. Recebido com vaias pela torcida do La Coruña, Cuéllar parou e olhou fixamente em direção aos torcedores. A câmera só enfocou ele, o que levava à dedução de uma atitude desafiadora diante das vaias. E a situação foi apresentada dessa forma em um vídeo de um veículo de comunicação asturiano. Dessa forma, foram mostrados, justapostos, dois fatos: a torcida rival que vaiava e o jogador que olhava fixamente em direção aos torcedores. Não demorou a chegar a acusação de que Cuéllar havia sido um provocador irresponsável.
    Ocorreu algo que aquelas imagens não mostraram: entre os torcedores, uma pessoa havia sofrido um ataque epilético e isso chamou a atenção do goleiro do Sporting, que olhou fixamente nessa direção para comprovar que o torcedor estava sendo atendido (pelo próprio serviço médico do clube). Ao verificar que o atendimento foi feito, seguiu seu caminho. Tanto a presença dos torcedores como suas vaias e o olhar do jogador foram verdadeiros. A mensagem, entretanto, foi alterada – e, portanto, a realidade percebida – ao se justapor os acontecimentos ocultando um fato relevante.
    A pressuposição e o subentendido. A pressuposição e o subentendido possuem traços em comum, e se baseiam em dar algo como certo sem questioná-lo.

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