Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
Golpe!
ResponderExcluirOs que integram a linha de frete dos golpistas brasileiros não conseguiram o apoio das forças armadas brasileiras, dos estudantes e nem das mulheres tentaram manipular os políticos indicados e nomeados para o Supremo Tribunal Federal, mas a sociedade não aceitou a ditadura do Poder Judiciário e nem da derrubada do governo por decisão dos ministros do STF, como vinha ocorrendo em outros países da América do Sul.
Mas, os golpistas por serem da sua natureza não desistiram e insistiram no golpe com a criação de um clima de terrorismo, divulgando uma crise econômica fantasiosa, que segundo eles estava trazendo a inflação galopante ao Brasil, por incompetência do governo ao mesmo tempo em que cooptavam políticos para a adesão ao movimento, inclusive com financiamento e indicação para candidaturas várias, inoportunos e inaceitáveis para a presidência da República no pleito de 2014.
Mais uma vez os argumentos foram falhos e inconsistentes para fundamentar o golpe. Logo, passaram a apostar em outras frentes como a tentativa de gerar uma crise entre o governo brasileiro e o governo dos EUA através de um “escândalo” de espionagem eletrônica. Como foi divulgado parecia que a espionagem era coisa nova e direcionada ao Brasil. Todos os países do mundo são espionados e espionam os demais em todas as áreas de interesse internacional. Foi outra tentativa fracassada.
De todas as tentativas a mais viável seria a do voto aberto porque daria todas as condições para interferências nas decisões do Estado mediante as decisões do Congresso, que estaria sujeito às pressões econômicas e políticas tanto internas quanto externamente. Seria o golpe perfeito, melhor até do que a adesão do Supremo Tribunal Federal, porque estaria legitimado pelos representantes do povo e dos Estados membros do Brasil.
Felizmente esta tentativa de mestre foi interceptada e certamente morrerá pois apesar de todo o teatro montado para convencer a sociedade, o cidadão brasileiro irá perceber que há uma enorme incoerência e contradição no fato de que o voto do eleitor é secreto para lhe dar liberdade de escolha e o voto dos seus representantes abertos justamente para impedir a liberdade de ação e decisão. Não se corrige o mal com um mal ainda maior. Mas como escreveu Rousseau “Os usurpadores conduzem ou escolhem sempre esses tempos de perturbações para fazerem passar, graças ao espanto público, leis destruidoras que o povo não adotaria jamais em situação normal. A escolha do momento da instituição é um dos caracteres mais seguros pelos quais se pode distinguir a obra do legislador da obra do tirano”.
Os golpistas conhecem bem Rousseau por isto sabem que “As boas leis permitem que se façam outras melhores; as más conduzem às piores”, “A inflexibilidade das leis, que as impede de se ajustarem aos acontecimentos, pode, em determinados casos, torná-las perniciosas, e causar, por elas, a perda do Estado num momento de crise”. Porém, esquecem que Rousseau fez a seguinte advertência “Brilharam aqui na terra milhares de nações que jamais teriam podido suportar boas leis; e mesmo essas que elas teriam admitido não duraram senão um curto espaço de tempo para isso. Os povos, assim como os homens, somente são dóceis na juventude; ao envelhecerem, tornam-se incorrigíveis; uma vez estabelecidos os costumes e enraizados os preconceitos, constitui empreendimento perigoso e inútil pretender reforma-los; o povo sequer concorda que se lhe toque nos males a fim de destruir, à semelhança desses estúpidos e medrosos doentes... Não quer isso dizer que, do mesmo modo certas enfermidades transtornaram a mente dos homens e nelas apagam a lembrança do passado, não se achem às vezes, na duração dos Estados, épocas violentas em que as revoluções fazem no povo o mesmo que determinadas crises fazem nos indivíduos, em que o horror do passado substitui o esquecimento, e o Estado, incendiado..., renasce por assim dizer das cinzas e readquire o vigor da juventude, saindo dos braços da morte”.
A democracia é o único caminho seguro até agora conhecido.
Extermínio aos golpistas!