quinta-feira, 14 de abril de 2016

Não vai ter pacto - 14/04/2016 - Bernardo Mello Franco - Colunistas - Folha de S.Paulo

Não vai ter pacto - 14/04/2016 - Bernardo Mello Franco - Colunistas - Folha de S.Paulo

Um comentário:

  1. Caso haja a ruptura do Contrato Social que permitiu a Constituição Federal se 1988 e a estruturação democrática no Brasil, nunca mais haverá confiança entre os grupos políticos e sociais que possa reverter o caos político, social e econômico que se instalará no Brasil para o futuro, como ocorre no Continente africano. A nossa origem é determinante para este fim. Os inconseqüentes e apressados irão incendiar de vez o país. Agora não haverá uma instituição estranha ao pacto social e político para ser responsabilizada pela ruptura legal, política e constitucional, como fizeram com as Forças Armadas e os E.U.A no passado. Desta vez, as instituições políticas do Estado serão as únicas responsáveis pelas conseqüências do impeachment, sem fundamento legal e constitucional por mais que tentem persuadir a população a acreditar. Que tenham bastante sucesso! “Os usurpadores conduzem ou escolhem sempre esses tempos de perturbações para fazerem passar, graças ao espanto público, leis destruidoras que o povo não adotaria jamais em situação normal. A escolha do momento da instituição é um dos caracteres mais seguros pelos quais se pode distinguir a obra do legislador da obra do tirano”. “Ao contrário, eu quisera que, para suspender os projetos interesseiros e mal concebidos e as inovações perigosas que acabaram perdendo os atenienses, cada qual não tivesse o poder de propor novas leis segundo a sua fantasia; que esse direito coubesse apenas aos magistrados; que estes usassem dele com tanta circunspeção, o povo, por sua vez, fosse tão reservado em dar o seu consentimento a essas leis, e a sua promulgação só pudesse ser feita com tanta solenidade que, antes da constituição ser abalada, todos tivessem tempo para se convencer de que é sobretudo a grande antiguidade das leis que as torna santas e veneráveis, pois que o povo logo despreza as que vê mudar os dias e, pelo hábito de negligenciar os antigos usos, sob o pretexto de fazer melhores, são introduzidos muitas vezes grandes males para corrigir menores”. – Rousseau.

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