sexta-feira, 19 de julho de 2013

As escolhas de Dilma. | Ricardo Amorim » economista, palestrante e consultor econômico-financeiro

As escolhas de Dilma. | Ricardo Amorim » economista, palestrante e consultor econômico-financeiro

Um comentário:

  1. Estas analogias simplistas não se coadunam com a realidade econômica. A economia requer estudo e aprofundamento de causas e efeitos que decorrem de cada ação. Tenho observado que os procedimentos adotados por profissionais que buscam a comunicação com o linguajar comum tendem a formular pensamentos simplistas e corriqueiros. As ciências tem seu vocabulário próprio por necessidade de expressar a realidade que não é percebida e compreendida pelo leigo e não por elitismo. A pesquisa, a metodologia de estudo e a universalização da teoria não são mágicas ou esoterismos, tem uma razão de ser. Os heterodoxos são em sua maioria analfabetos funcionais, que não conseguem nem conseguiram até hoje provarem as suas crenças. A reponsabilidade de um profissional esta em conhecer as técnicas da sua profissão e aplicá-las em benefício da sociedade. A busca por atender desejos da massa nem sempre passa pelo crivo das ciências. Acreditar que os estudos de economia não se concretizam em ciência é admitir a ignorância sobre o conceito de ciências e a metodologia que estabelece o que é ciência e o que é senso-comum. Somente os poucos dotados de conhecimento científico e lógico podem admitir que os grandes pensadores das Ciências Econômicas e as maiores escolas do mundo foram e são incapazes de classificar a teoria econômica como não científica. Esta negação resume-se aos analfabetos funcionais. Portanto, é necessário que os argumentos para negar ou reafirmar ações de conteúdo científico sejam fundamentados na própria ciência. Por exemplo: já faz algum tempo que remuneração monetária ou salário é reconhecido como base da economia capitalista. Logo, quando se faz uma crítica sobre aposentadoria é indispensável que se fundamente em ciência, isto é, fazer referência ao cientista Adam Smith que condenava a remuneração de trabalho não produtivo. Neste caso, é possível contra argumentar porque na época dos estudos de Adam Smith a revolução industrial ainda era um sonho, imagine o capitalismo de Keynes, era impensável. São ideias do século XVIII que não se aplica no século XXI. Perguntar se “Faz sentido gastar cerca de R$ 40 bilhões em infraestrutura e R$ 50 bilhões com as reservas internacionais” é acreditar que investimento é igual à poupança. Só que esta relação não existe. Poupança é igual a investimento, portanto para investir é necessário ter poupança. E, para investir em infraestrutura é preciso ter moeda de troca internacional, coisa que o Real ainda não é. A variação do valor do Dólar não está vinculada a reserva internacional. A política cambial é flexível, isto é o que determina a variação do Dólar é a balança de pagamentos. Na medida em que a sua análise é submetida às técnicas de economia pode-se observar que são desejos do senso-comum, mas inviáveis do ponto de vista científico. Sei que esta avaliação pode causar aporrinhação, mas como disse Spinoza “... as propriedades das coisas não se entendem enquanto se ignoram suas essências, pois, se ignorarmos estas, necessariamente nós corromperemos a concatenação do intelecto, que deve reproduzir o encadeamento lógico da Natureza...”. E, La Bruyère arremata com: “A gente é mais sociável e melhor de conviver pelo coração que pela inteligência”. Contudo, o profissional deve arcar com este ônus. Um grande abraço.

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