quinta-feira, 11 de março de 2021

Afinal, o que é o "deus mercado"? Entenda o que Lula quis dizer em seu discurso | Reconta Aí

Afinal, o que é o "deus mercado"? Entenda o que Lula quis dizer em seu discurso | Reconta Aí: Em coletiva realizada na manhã de hoje, Lula falou sobre o "deus mercado" e do perigo de o país ficar refém do mercado financeiro.

Um comentário:

  1. Importantíssimo assunto para os dias atuais, inclusive porque o Lula em seu discurso antecipou a guerra que o “mercado’ empreenderá contra ele e depois contra o seu governo, mostrando que o “mercado” é uma abstração. O suposto mercado é isolado de fatores que comumente lhe estão relacionados na realidade. Esta abstração é citada de forma explícita pelo empresário, engenheiro, palestrante, escritor, dramaturgo, apresentador e ex-banqueiro de investimentos, Eduardo Moreira, em seu Instagram. O Lula disse que o “mercado “nunca chegou ao seu governo como pessoa física ou jurídica e para exemplificar contou um fato ocorrido no seu governo, quando o presidente internacional do Banco Santander ao visitá-lo declarou apoio ao governo, mesmo com o tal “mercado” declarando-se oposição ao governo com frequentes ameaças e críticas. O MERCADO não é pessoa física e não é pessoa jurídica. Portanto, o MERCADO não existe. Não se pode esquecer que cientificamente os “mercados” são meros objetos de estudo, com a ressalva permanente de que o estudo só é verdade apenas se "todo o mais é constante" ou "mantidas inalteradas todas as outras coisas". O mercado é uma verdadeira abstração até mesmo científica, que serve tão-somente para permitir a formação de teoria econômica. Porém, quando o termo mercado é usado na economia aplicada deve ser tratado como abstração para que as decisões não sejam equivocadas, como ocorrem no Brasil, por não acionarem as teorias como orientação científica, e sim, como elemento determinante e “real”, apesar de ser uma abstração. Até mesmo na engenharia, que é exata, se aplica a teoria considerando a conjuntura e se faz a adequação aos fatos reais. Não pode ser diferente em economia. Os fenômenos econômicos não são inertes ou estáticos. O “mercado” enfatizado pela mídia tem o único objetivo de induzir a opinião pública e manipular a política econômico do governo em benefício dos ricos. Quando a mídia e os ideólogos falam de mercado têm como finalidade construir uma narrativa que interessa a quem fala ou a quem paga para a mídia falar; de modo que a narrativa chegue ao cidadão e ao governo, como chantagem. O tal “mercado” não interessa a economia e nem ao sistema financeiro real. Esta é uma prática antiga no mudo todo. Vem desde a Lei conhecida como Lei de Say, que diz: "a oferta cria sua própria demanda", difundida em Cambridge antes de 1936. Todos os economistas sabem que sem manipulação esta lei não é verdadeira. Em outras palavras o mercado não se guia por teorias ou princípios científicos e sim pela manipulação de fatos para a conquistas de maiores lucros sempre, mesmo que para isto sacrifique vidas e democracias. Não podemos esquecer que o mercado é uma abstração, ou seja, analisa isoladamente um aspecto, contido num todo, sem ter em consideração sua relação com a realidade. Acreditar na existência do mercado é o mesmo que acreditar na existência de Papai Noel.

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