Considerando-se as desordens (...) que a imprensa já causou (...), julgando-se o (...) progresso que o mal faz dia a dia, pode-se prever (...) que (...) não tardarão a (...) banir essa arte (...) dos seus Estados (...) - Rousseau. Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público (...) como ela mesma - Joseph Pulitzer. Chomsky diz que "A propaganda representa para a democracia, aquilo que o cassetete significa para um estado totalitário.”
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
terça-feira, 29 de novembro de 2016
sábado, 26 de novembro de 2016
Depoimento de uma mulher corajosa
sobre violência doméstica no ‘Altas
Horas’ da TV Globo, gravado no dia 10/11:
(...) Aceitei e disse que tudo bem, e na hora achei até bom, por que
acabei expondo a minha vida para 200 pessoas num estúdio de gravação e essas
200 pessoas ficaram chocadas imagina o Brasil inteiro? Mas passaram alguns dias
e fui me dando conta de que essa é uma história real, minha história é a
história de milhares de brasileiras que sofrem com a violência todos os dias,
na maioria das vezes dentro de casa, pelos seus companheiros, nas ruas somos
abusadas cotidianamente com assobios, cantadas, todas conhecemos uma mulher que
já foi estuprada ou que já sofreu algum tipo de violência. Quem são essas
mulheres? Somos nós, todas nós! Que crescemos com medo de ser estupradas, que
temos que nos proteger o tempo inteiro de abusos, somos criadas pra servir aos
homens e a essa sociedade machista que nos trata como objetos. E não podemos
falar nada, não podemos falar do agressor, não podemos falar de estupro, de que
somos violentadas. O programa Altas Horas não calou uma mulher, calou todas as
mulheres do Brasil! Mulheres que queriam poder ter a coragem que eu tive de
falar a todo mundo o que acontece todos os dias. O agressor está próximo,
dentro de casa, só podemos falar depois que ele morre? Enquanto isso continua
por aí agredindo e maltratando outras mulheres? Acredito que o agressor também
é uma vítima dessa sociedade machista em que vivemos. As mães e pais criam
esses homens, a sociedade cria o agressor que não é um doente, mas sim um fruto
do machismo, que todos os dias vitimam nossas mulheres. No Maranhão esta semana
aconteceram crimes bárbaros, foram seis feminicídios em sete dias, inclusive a
sobrinha-neta do ex-presidente José Sarney foi asfixiada e morta, e há suspeita
de ter sido estuprada pelo próprio cunhado. Em Coroatá, interior do estado, uma
mulher foi degolada. No Brasil a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, a cada
7 minutos a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres da Presidência da
República recebe um relato de violência, em São Luís, 12 mulheres são vítimas
de violência por dia. Onde estão essas mulheres? Caladas! Não podemos falar da
violência que sofremos, pois nos sentimos ameaçadas e ainda sofremos preconceito,
a mulher ainda é culpabilizada por sofrer a violência. Voltando ao assunto de
ter sido censurada no programa Altas Horas, digo mais, acho que eles estavam
esperando uma mulher do Maranhão que ia contar uma história de superação, uma
coisa “bonitinha”, que a plateia ia ouvir e depois sair feliz batendo palma, a
história de uma mulher que apanhou e venceu. Venci sim, mas as marcas da
violência a gente carrega por toda a vida. Eles não tinham noção de quão forte
seria aquele depoimento, e mais, que aquilo poderia chocar mais do que as
novelas que assistimos que mostram tudo isso, mas fazem parecer que é só
ficção, e não é, violência contra a mulher não é ficção é verdade e está por aí
nos cercando por todos os lados e o machismo nos calando. A Globo não calou uma
mulher e sim as mulheres do Brasil inteiro! - Letycia Oliveira é jornalista,
repórter, assessora de imprensa, mãe independente e feminista.
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
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